Criado em 2012, o Best International Games Festival (BIG Festival) vai para a sua nona edição presencial (em 2020 foi digital) e realiza-se em São Paulo, no Brasil, entre os dias 7 a 10 de julho. Assume-se como o mais importante festival de videojogos da América Latina, sendo já um ponto de encontro entre os estúdios indie, as grandes editoras que procuram novo talento e claro, um público ansioso por descobrir as mais recentes novidades no mercado, sobretudo produções independentes.

Mas não se trata apenas de uma montra com jogos para experimentar, a organização tem procurado criar um programa completo para os dias do evento, com palestras, workshops, keynotes, além de fomentar os negócios entre empresas, com pitchs de projetos, sobretudo produzidos na América Latina. As três salas de conferência vão servir para apresentações e discussões interessantes, à parte da habitual confusão das áreas de experimentação.

É com olhos postos nas ofertas destes conteúdos que a Digital Valley, o movimento português que quer unir a indústria de videojogos em Portugal, estabeleceu uma parceria transatlântica com o BIG Festival. O objetivo é trazer a Portugal uma representação B2B na área dos videojogos com o Digital Valley durante o Lisboa Games Week, em novembro. O SAPO TEK foi assim convidado pela Digital Valley, através do BIG Festival, a presenciar in loco a edição deste ano do evento dedicado a videojogos e fazer a respetiva cobertura.

Veja na galeria imagens do BIG Festival

Segundo a organização, a edição deste ano conta com uma programação que inclui a disponibilização de 200 jogos para o público jogar, entre eles One Piece Odyssey, Monster Hunter Rise: Sunbreak e Roller Champions. Mas há muitos títulos indie, protótipos e demonstrações de ideias de pequenas equipas, alguns a correr nas consolas, outros em pequenos portáteis.

O evento contará com alguns influenciadores e produtores de conteúdo conhecidos no Brasil, entre eles Gaules e a Tribo, Nobru, Flakes, Gelli Clash, Bruno Playhard. A PlayStation, Nintendo e a Xbox vão ter áreas de experimentação dos seus títulos, mas também se pode contar com a presença da Capcom, Bandai Namco, Niantic, Ubisoft, Wargaming e outras editoras.

Mas talvez o mais interessante na programação seja mesmo o conteúdo planeado para os quatro dias: Trata-se de 140 horas de palestras e debates, com a presença de alguns nomes incontornáveis na indústria dos videojogos, entre eles Takashi Tokita (lead designer de Final Fantasy), David Brevik (criador de Diablo), David K. Lam (diretor de arte de League of Legends), entre outros nomes cujos fãs poderão ter um contacto mais próximo. A Sony vai ter a presença de Shuhei Yoshida, o grande responsável pela divisão de títulos independentes da PlayStation, que fará uma palestra sobre, claro, os PlayStation indies.

O BIG Festival será palco de reuniões de negócio para empresários, oferecendo uma área exclusiva, onde estarão alguns dos principais publishers e investidores de videojogos. Mas também há um foco na indústria criativa, com um alinhamento dedicado a outros meios que tenham ligações a videojogos, tais como o áudio, a TV, Video on Demand, filmes ou animação. Por outro lado, há um programa de palestras direcionado ao lado dos negócios, assim como nas diversas disciplinas no desenvolvimento de jogos: a arte, programação, game design, usabilidade, produção, etc.

A Epic Games vai estar presente com algumas palestras sobre a sua tecnologia, o motor Unreal, para aqueles que pretendam iniciar a sua carreira como game dev.

Os eSports também prometem ter uma força no evento, constando na programação a transmissão da IEM Cologne 2022, ESL Pro Tour, assim como um torneio social de Free Fire, um dos títulos online mais jogados no Brasil. Ficou ainda prometido experiências e recompensas exclusivas para os treinadores de Pokémon GO, oferecidos pela Niantic.

A iniciativa Big Impact promete reunir jogos com impacto positivo e transformadores da sociedade, sejam questões sociais, educação e diversidade. Por outro lado, o evento procura ainda chamar ao evento os melhores developers de cada país da América Latina, com representação da Argentina, Chile, Uruguai, México, Colômbia, Costa Rica e Paraguai. Infelizmente, não se espera representação portuguesa no alinhamento de títulos e estúdios nacionais. A realidade virtual, o metaverso e empreendedorismo são outras áreas que vão ser discutidas no BIG Festival.

O BIG Festival também tem como tradição premiar os melhores jogos independentes do ano. Para esta edição, a organização recebeu 538 candidaturas, sendo depois escolhidos 92 para as 17 categorias de prémios, que concorrem ao valor monetário de 18 mil reais da própria organização e ainda 80 mil dólares da Xsolla, uma das empresas patrocinadoras do festival.

Com três dias repletos de palestras e jogos para experimentar, o SAPO TEK vai testemunhar como mexe a indústria de gaming no Brasil e promete contar as principais histórias do evento. E mesmo antes das portas terem aberto oficialmente, foi possível visitar o espaço, num convite fechado à imprensa e expositores, destacando-se, para já, a boa organização na receção.

O espaço em si, apesar do centro de convenções de São Paulo ser enorme, o BIG Festival vai ocupar apenas um pavilhão, que pelas nossas contas deverá ser sensivelmente semelhante a um dos quatro espaços principais da FIL, em Lisboa, a casa do Lisboa Games Week. Os expositores estavam a ultimar as consolas e a configuração do seu espaço, mas já dava para experimentar alguns dos títulos disponíveis.