Os investigadores continuam a explorar as potencialidades da utilização da inteligência artificial na vida das pessoas, sobretudo nas que dependem de tecnologia para refazer as suas vidas, após incidentes graves. No caso de pessoas que viram as suas pernas amputadas, algoritmos de IA podem ser utilizados em próteses para ajudar rapidamente a caminhar.
O sistema de inteligência artificial da Google, DeepMind, que na semana passada viu o seu agente AlphaStar a derrotar jogadores profissionais de eSports por uma elevada margem, tem uma variante, denominada AlphaZero que está a ser utilizada em próteses “inteligentes”. Por norma, os técnicos demoram horas a ajustar manualmente os membros robóticos para se adaptarem ao estilo de andar de cada pessoa. Através da IA, a técnica apresentada no IEEE Spectrum faz o processo automaticamente, permitindo que em cerca de 10 minutos os pacientes voltem a andar de forma suave.
Apesar do sucesso das experiências, é referido que o processo ainda tem um longo caminho pela frente para mostrar que a tecnologia é clinicamente relevante. O primeiro passo foi demonstrar que é possível automatizar o processo de afinação, até aqui um processo manual, reduzindo tempo e custos, sobretudo ao diminuir as visitas às clínicas quando é necessário reajustar os mecanismos. Este processo automático permitiria mesmo aos seus utilizadores ajustarem as próteses em casa.
É explicado que “o nosso corpo faz coisas estranhas quando há um objeto externo”, e que o algoritmo aprende a cooperar com o corpo humano. Mas os investigadores dizem que, para complicar ainda mais as coisas, esses algoritmos têm de provar que são válidos ao lidar com um número limitado de dados de um utilizador de próteses. Isto porque, ao contrário dos jogos de computador ou xadrez, cuja IA foi alimentada com milhões de partidas durante a aprendizagem; os amputados humanos não podem fazer longas caminhadas para ensinar o respetivo algoritmo. E esse é o grande desafio dos investigadores.
O estudo tem mais detalhes, referindo que um dos próximos passos importantes na investigação é oferecer aos utilizadores das próteses uma forma de informar o algoritmo que um determinado padrão de movimentos é mais ou menos confortável. As primeiras tentativas de comunicação com botões não foram muito satisfatórias, é referido.
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