No final de maio a Teleperformance inaugurou uma arena de eSports de nível internacional, oferecendo instalações com equipamentos de topo e capacidade para fazer transmissões de streaming das competições em equipa, além da capacidade para o público assistir. A arena encontra-se na sua sede em Lisboa, representando um investimento de 1,2 milhões de euros, que inclui ainda um laboratório de realidade virtual e o evento de inauguração, que trouxe a Portugal algumas equipas e figuras de renome no panorama dos eSports.

Algumas questões ficaram por responder, sobretudo o objetivo a médio/longo prazo do investimento numa arena e o que a empresa pretende fazer com o espaço dedicado aos desportos eletrónicos. Nas questões colocadas pelo SAPO TEK, o CEO da Teleperformance Portugal, Augusto Martinez Reyes, esclareceu que a empresa está no mercado do gaming há vários anos. “Tem milhares de colaboradores a trabalhar na indústria, nas plataformas e consolas, em suporte de mobile gaming, em streaming e, nos últimos anos, em gaming no metaverso, só para indicar alguns exemplos”.

Veja na galeria fotos da arena de eSports da Teleperformance:

Augusto Martinez Reyes salienta que o mercado cresceu muito nos últimos anos, valendo a nível global 165 mil milhões, em números de 2020 e “continua a crescer de forma exponencial cada ano”. “Construímos esta arena inspirados no passado (o que já fizemos na indústria), no presente (os nossos colaboradores) e no futuro (a vontade dos nossos clientes de entrar no metaverso)”.

Sobre o futuro da arena, esta “foi construída para os nossos colaboradores, temos cerca de 13.000 colaboradores de 111 nacionalidades em Portugal, e está inserida no escritório mais central da Teleperformance de forma que todos possam jogar ou ver outras equipas jogar”. Salienta ainda que o espaço vai ser palco de torneios internos e externos, com equipas nacionais e internacionais.

"A arena foi construída para os nossos colaboradores, temos cerca de 13.000 colaboradores de 111 nacionalidades em Portugal."

Por outro lado, considerando que a maioria dos seus colaboradores são entusiastas do mundo do gaming ou mesmo jogadores, “estar na indústria, ter um espaço físico com equipamento altamente tecnológico vai ajudar no recrutamento e trazer mais pessoas para a nossa empresa”. Por outro lado, Augusto Martinez Reyes diz que a Teleperformance tem em Portugal um grande portfólio de clientes de gaming e por isso, a arena poderá ser um espaço para os mesmos recorrerem e usufruírem. “Por um lado, temos um espaço onde podemos testar novos jogos, plataformas ou usar como laboratório para novas marcas”.

Teleperformance Portugal
Augusto Martinez Reyes, CEO da Teleperformance Portugal

Obviamente que ao ter uma arena de eSports de nível nacional, o CEO da sucursal portuguesa não descarta a hipótese da Teleperformance ter a sua própria equipa profissional de eSports, “mas de momento não posso dar mais informação, uma vez que estamos a finalizar os detalhes com todos os envolvidos”.

Disse ainda que a arena pode ser comparada a um campus, um espaço onde a sua equipa profissional poderá treinar. “Os torneios poderão ser organizados por nós ou pelos nossos clientes. A construção de uma equipa competitiva faz parte da nossa agenda”, destaca Augusto Martinez Reyes, prometendo em breve revelar mais sobre este projeto, “porque os nossos colaboradores já estão a usar este espaço e podemos usar esse fator para atrair mais talento”.

"A construção de uma equipa competitiva faz parte da nossa agenda"

Questionado sobre a escolha de Lisboa para a construção do hub dedicado aos eSports, Augusto Martinez Reyes salienta que a decisão faz parte da estratégia da empresa a nível global, estando alinhada de acordo com o número dos seus clientes sediados em Lisboa. “Desta forma, poderemos ter um maior impacto na comunidade do gaming. Portanto, este será o primeiro Hub, mas certamente não será o último. Existem outras potenciais localizações que podem incluir a América Latina, Estados Unidos da América e Ásia”.

Veja na galeria fotografias do laboratório XR Lab:

O seu laboratório de realidade virtual também é uma peça essencial nesta estratégia, sendo “um espaço onde testamos tecnologia e equipamento, e desenvolvemos ferramentas necessárias para treinar os nossos colaboradores em ambiente de metaverso”. O CEO da empresa diz ainda que o laboratório pode ser utilizado pelos seus clientes para ajudar a preencher a lacuna entre a própria indústria e o metaverso. “Ajudamos as empresas a começar a explorar o metaverso, onde construímos mundos e ajudamos os nossos clientes a definir como vão abraçar o metaverso nas suas próprias empresas”.

A empresa criou uma cópia digital (digital twin) do seu edifício, sendo possível visitar em realidade virtual o interior das instalações, como um pouco do exterior, rodeado pelo Oceanário e outros pontos do Parque das nações replicados na experiência. As salas de reuniões, cafetaria e outras divisões espalhados pelo andar foram replicados ao detalhe no espaço virtual, exceto o laboratório em questão, que a equipa decidiu dar um toque mais personalizado e diferente. Este serve de demonstração da sua presença no metaverso.