Parece que se está a tornar rotina, mas a SpaceX conseguiu mais um recorde ao conseguir recuperar, pela sétima vez, o booster do Falcon 9 depois de mais uma missão bem sucedida na noite de ontem. O próprio foguetão já conta com mais de uma década de serviço em voos espaciais.

A missão partiu ontem do Complexo 40, em Cabo Canaveral, na Flórida, às 21h13, hora local, levando a bordo o 16º pacote de satélites Starlink da SpaceX, que pretende criar uma rede de fornecimento de serviços de internet com satélites em órbita baixa.

O booster foi recuperado poucos minutos depois na plataforma "Of Course I Still Love You" que a empresa criou para este objetivo e que estava ao largo da costa da Flórida. Este booster - o B1049 - já completou sete viagens para o espaço, regressando para ser reutilizado em mais missões.

No seu "currículo" já tem uma missão Iridium-7 em 2019, a missão Telstar 18 Vantage em 2018 e quatro missões Starlink, o que estabelece um novo recorde de reutilização e ajuda a reduzir os custos das missões.

As duas metades da equipagem do foguetão, que correspondem ao cone do nariz, também voltaram à Terra e foram retiradas da água. Esta foi a terceira recuperação para uma das metades do cone e a segunda para a outra.

A recuperação dos boosters de primeira fase do Falcon 9, partes da equipagem e cápsulas (para carga ou missões tripuladas para a Estação Espacial Internacional) agora começou a tornar-se regular nas missões da SpaceX mas ainda há riscos e algumas perdas. Os engenheiros da empresa estão ainda a explorar uma forma de recuperar o impulsionador de segunda fase do Falcon 9, um procedimento mais complexo já que este atinge a velocidade orbital e uma altitude maior.

Mais 60 satélites Starklink em órbita. Já são 955

Para o sucesso da missão contribui também a colocação em órbita de mais 60 satélites Starlink que agora vão se posicionar  gradualmente nos lugares definidos, o que acontecerá ao longo dos próximos dias e semanas.

A rede Starlink já tem quase 1.000 satélites em órbita baixa da Terra para garantir o serviço de internet. Os testes beta já estão em curso, embora os planos de Elon Musk ainda exijam a colocação de 42 mil satélites para oferecer um serviço de banda larga verdadeiramente global a partir do espaço. Inicialmente estavam previstos 12 mil satélites mas os planos foram evoluindo para um número que vários astrónomos já acusaram de ser demasiado elevado, com custos para a astronomia.