A SpaceX estará a construir uma rede de satélites espiões para os Estados Unidos que dará ao país a possibilidade de captar imagens do solo, identificar e partilhar informação sobre alvos praticamente a nível global. O projeto desenrola-se no âmbito de um contrato de 1,8 mil milhões de dólares, que nenhuma das entidades supostamente envolvidas confirma nem desmente.
A informação está a ser avançada pela Reuters que cita cinco fontes próximas ao processo, todas a falar sob condição de anonimato, que indicam estar em marcha a construção do sistema de espionagem mais avançado alguma vez construído.
Os satélites desta rede vão circular pela órbita baixa da Terra, tal como acontece com os satélites da Starlink, num sistema que comunicará entre si e que permitirá obter imagens e dados do que se passa no solo e apoiar com eficácia operações de forças terrestres.
A informação não é completamente nova, o The Wall Street Journal já tinha escrito sobre um contrato da SpaceX com estas características, assinado pela divisão da empresa lançada em 2022, a Starshield. A novidade está no valor do acordo e na agência com que alegadamente foi firmado, a NSO - National Reconnaissance Office.
A NRO foi contactada pela Reuters, mas apenas reconhece que está a desenvolver o sistema de vigilância e reconhecimento por satélite mais “capaz, abrangente e resiliente” que o mundo alguma vez viu” e a existência de parcerias com outras agências governamentais, empresas, centros de investigação e países.
As fontes da agência noticiosa dizem que uma dúzia de protótipos desta rede espiã terão já sido lançados para o espaço desde 2020, mas o artigo fala numa rede com centenas de satélites espiões. Referem ainda que o lançamento do primeiro satélite lançado pela Starshield em 2020 terá sido possível graças a um contrato anterior de 200 milhões de dólares com a NSO, que serviu para ajudar a posicionar a SpaceX para o contrato seguinte e maior. Quando a marca Starshield foi apresentada ao mercado, em 2020, posicionou-se como um fornecedor de serviços de satélite numa rede segura para entidades governamentais.
A corrida ao Espaço não é nova, mas ganhou uma nova dimensão com a exploração da órbita baixa da Terra e a enorme quantidade de serviços e informações que é possível obter a partir daí, desde que se tornou economicamente viável explorar esse filão.
A disputa é entre empresas, como a SpaceX de Elon Musk, a Blue Origin de Jeff Bezos e outras, mas é também de governos. A China estará alegadamente a preparar um sistema idêntico ao dos Estados Unidos, se não estiver já a montá-lo.
Por apurar está informação sobre quando começará a funcionar a alegada rede de satélites espiões supersofistcada dos EUA, que vai operar à parte da rede da Starlink.
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