Medir a taxa de rotação interna de um planeta, ou seja, o tempo que leva a completar uma volta em torno do seu eixo, nem sempre é fácil, sobretudo no caso de planetas como Urano, onde não é possível fazer medições diretas.

Para medirem a taxa de rotação interna, os investigadores desenvolveram um novo método, baseado em observações feitas pelo Hubble ao longo da última década, avança a Agência Espacial Europeia (ESA) em comunicado.

Hubble | Urano
Hubble | Urano Créditos: ESA/Hubble, NASA, L. Lamy, L. Sromovsky

Como explica a ESA, os investigadores olharam para as auroras em Urano. Ao contrário das auroras em planetas como a Terra, Júpiter ou Saturno, as que ocorrem em Urano comportam-se de maneira única e imprevisível.

O comportamento das auroras é explicado pelo campo magnético do planeta que, além de estar fortemente inclinado, está significativamente desalinhado com o seu eixo de rotação.

Ao analisarem dados recolhidos pelo Hubble acerca das auroras em Urano, a equipa de astrónomos conseguiram monitorizar a posição dos polos magnéticos do planeta, usando modelos de campos magnéticos.

Através desta técnica, os astrónomos descobriram que Urano realiza uma rotação completa em 17 horas, 14 minutos e 52 segundos, mais 28 segundos do que a estimativa anteriormente feita com dados recolhidos pela sonda Voyager 2.

Laurent Lamy, investigador que liderou o estudo, afirma que as novas medições se apresentam como uma referência para a comunidade científica, mas também resolvem um problema antigo.

O investigador detalha que “os sistemas anteriores de coordenadas, baseados em períodos de rotação desatualizados, tornam-se imprecisos rapidamente, o que impossibilita seguir os polos magnéticos de Urano ao longo do tempo”.

Com o método desenvolvido pela equipa será agora possível “comparar as observações de auroras realizadas ao longo dos últimos 40 anos e até planear futuras missões a Urano”, realça Laurent Lamy.

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