A NASA continua a desenvolver os planos do seu programa Artemis, que visa o regresso do Homem à Lua. De forma a planear uma estadia a longo prazo dos humanos no solo lunar, a agência espera encontrar água debaixo da sua superfície. No fim de 2023 vai ser enviado para a Lua o seu primeiro robot mobile que tem como objetivo procurar gelo e outros recursos que estejam debaixo da crosta do satélite. Batizado de VIPER (Volatiles Investigating Polar Exploration Rover), o rover vai recolher dados que podem ajudar a agência espacial a mapear os recursos do polo sul da Lua.
Uma das características do rover é a sua iluminação, num sistema desenhado para ajudar as regiões negras da Lua que permanecem constantemente à sombra. A NASA diz que estas áreas não veem a luz do Sol há milhares de milhões de anos e que alguns pontos podem ser os mais frios de todo o sistema solar.
“Os dados recebidos do VIPER têm o potencial de ajudar os nossos cientistas a determinar localizações precisas e concentrações de gelo na Lua, de forma a preparar os astronautas da Artemis”, disse Lori Glaze, diretora da divisão de ciência planetária da NASA. E dá este exemplo para mostrar como as missões cientificas com robots podem dar as mãos à exploração humana, sendo ambos necessários para preparar e estabelecer uma permanência sustentável na Lua.
A NASA estima uma missão de 100 dias terrestres e o VIPER, com um peso de cerca de 450 quilos, vai percorrer diversas milhas graças ao seu sistema de rodas e suspensão que possibilita a exploração de diferentes terrenos e inclinações. E usar os seus quatro instrumentos científicos para obter amostras diferentes de solos, incluindo a água. Três desses instrumentos serão enviados antes, em cargas previstas para 2021 e 2022, para testar a sua performance antes da chegada do rover. Esta é uma técnica que a NASA está a desenvolver para acelerar processos: testar os instrumentos enquanto o rover ainda está a ser construído.
Um dos instrumentos é uma broca pneumática TRIDENT para perfurar o solo e gelo. Tem ainda o espectrómetro Msolo para observar a massa da Lua. Tem outro espectrómetro NIRVSS com infravermelhos para procurar elementos voláteis. E por fim, o NSS, um espectrómetro de neutrões. Todos eles serão enviados e testados antecipadamente através de carregamentos CLPS (serviços comerciais de entregas na Lua).
De recordar que o VIPER está a ser construído pela Astrobotic, de Pittsburgh, ao qual foi disponibilizado inicialmente 199,5 milhões de dólares para a conceptualização do rover. A NASA já aprovou o seu design e passou à fase de desenvolvimento. O investimento total do custo de desenvolvimento e operações já chegou aos 433,5 milhões de dólares, incluindo o CLPS que custou cerca de 226,5 milhões de dólares.
Será possível produzir oxigénio na Lua?
Há uma startup belga chamada Space Applications Services que está a aperfeiçoar uma máquina para transformar o rególito lunar em oxigénio. A máquina irá extrair o titânio a partir de óxido de titânio, baseado numa tecnologia criada no final dos anos 1990. O sistema utiliza técnicas de eletrólise para separar o metal puro do mineral. É referido que o rególito lunar é composto por 45% de oxigénio, em barras metálicas e oxigénio puro.
Mais uma vez, a possibilidade de se criar oxigénio na Lua será vital para a permanência a longo prazo do Homem na Lua. É ainda referido na Space.com que depois da extração do oxigénio das ligas de metal, estes podem ser utilizados no futuro na construção da base lunar ou estação marciana, através de uma impressora 3D.
Da mesma maneira que o oxigénio e o hidrogénio fabricado na Lua podem não só suster os astronautas na sua permanência, como serem usados como combustível para continuar a explorar o espaço, até Marte, por exemplo.
A startup já completou a fase de design preliminar, numa missão prevista para 2025, onde vai demonstrar se será possível extrar oxigénio e água a partir dos recursos lunares.
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