Atualmente acoplada à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla original), a cápsula Starliner da Boeing tem colocado sérios desafios e o mais recente foi forçar a NASA a ajustar planos para futuras missões.
Inicialmente programada para uma missão de cerca de uma semana, a Starliner já está há dois meses em órbita, e a sua tripulação, composta pelos astronautas Barry Wilmore e Sunita Williams, continua no espaço sem previsão clara de retorno.
No seguimento da situação, a NASA anunciou que a missão Crew-9 da SpaceX marcada para o dia 18 de agosto, aconteça agora até 24 de setembro. Além disso, em vez dos quatro astronautas que originalmente transportaria, a tripulação será reduzida a dois participantes.
Isto porque a agência espacial está a considerar a possibilidade de Barry Wilmore e Sunita Williams regressarem à Terra a bordo da cápsula da SpaceX, em vez da Starliner. A acontecer será apenas em fevereiro de 2025.
A missão tripulada de teste partiu a 5 de junho de uma plataforma no Cabo Canaveral, na Florida (EUA), e no dia seguinte atracou no módulo Harmony da Estação Espacial Internacional (ISS na sigla em inglês). A Boeing tem tido vários problemas para começar a operação comercial de transporte de pessoas e carga para a Estação Espacial e está atrasada face à SpaceX, sendo esta missão crucial para garantir que passa nos testes finais.
A partida foi atrasada várias vezes devido a problemas técnicos e depois do lançamento, ainda durante a viagem e pouco antes de se ligar à estação, os membros da missão descobriram falhas técnicas no sistema de propulsão da nave, o que influencia o regresso do Starliner, uma vez que durante a separação da ISS alguns destes motores são ligados para entrar na órbita de retorno.
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Engenheiros da agência espacial norte-americana e da Boeing trabalharam na cidade de White Sands, no Novo México, e realizaram testes de solo de um motor do sistema de controlo de reações da Starliner, feitos em condições semelhantes às experimentadas pela nave quando se aproximou da ISS.
Stich indicou que os testes lhes permitiram encontrar as causas das falhas técnicas relacionadas com as fitas isolantes. E acrescentou que seriam testados 27 dos 28 propulsores da nave, que permanece acoplada à ISS, para verificar as fugas de hélio que também foram descobertas após a descolagem.
O gestor da NASA anunciou ainda que as baterias da cápsula, que tinha autorização para funcionar durante 45 dias, receberam aprovação para prolongar a sua vida útil para 90 dias, ou seja, até ao início de setembro. Os líderes da missão esperam poder entregar à agência espacial norte-americana no final da próxima semana uma revisão dos testes realizados até ao momento e da análise dos dados.
Questionados sobre a possibilidade dos dois tripulantes desta missão, os astronautas da NASA Barry 'Butch' Wilmore e Sunita 'Suni' Williams, regressarem a bordo de outro veículo espacial, Stich e o vice-presidente do Programa de Tripulação Comercial da Boeing, Mark Nappi, afirmaram que a prioridade é completar a missão com a Starliner.
"Temos planos de contingência, sabemos quais são, mas agora o nosso foco é trazer Butch e Suni no Starliner", sublinhou Stich.
O sucesso da missão CFT (acrónimo para Crew Flight Test), que teve uma duração inicial de cerca de 10 dias, permitirá à NASA garantir formalmente um segundo fornecedor de viagens espaciais, depois da SpaceX, para o transporte de missões tripuladas e de carga até ao laboratório orbital, no âmbito de contratos celebrados com as duas empresas privadas em 2014.
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Embora a Starliner fosse o método preferencial para fazer regressar a tripulação, em último caso a cápsula poderá regressar sem qualquer ocupante. "Nenhuma decisão foi tomada sobre o retorno da Starliner", disse a NASA.
Já a Boeing continua confiante na nave espacial Starliner e na sua "capacidade de fazer regressar em segurança a tripulação", disse a empresa norte-americana em comunicado.
Esta foi a primeira vez que a Boeing transportou astronautas até ao espaço. A Starliner é uma nave espacial parcialmente reutilizável que consiste numa cápsula tripulante com cerca de três metros de altura e um módulo de serviço. Ao contrário do veículo Crew Dragon da empresa SpaceX de Elon Musk, não aterra na água, mas sim em terra firme.
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