No dia 15 de janeiro deu-se a erupção de um vulcão subaquático, perto da ilha de Tonga, no oceano Pacífico. O fenómeno natural criou uma onda de choque, originando diversos tsunamis em direção à costa da ilha, mas também outras zonas do Pacífico, como o Japão, Peru e Estados Unidos. O momento foi registado pelo satélite geoestacionário japonês Himawari-8, salientando-se a mistura entre a cinza, o vapor e o gás a imergir numa forma de “cogumelo”.

Segundo o Centro Australiano de Observação de Cinzas Vulcânicas, foram registadas grandes ondas no Pacífico Sul. Apesar de Tonga ter sido a área mais afetada, não houve registos de vítimas no arquipélago, refere a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, citada pela Lusa. No entanto, os estragos podem ter afetado 80.000 pessoas, havendo cortes de energia e falhas nos sistemas de comunicação.

Vulcão Tonga Vulcão Tonga
Créditos: Space Weather

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) também salientou as alterações no nível do mar sentidas em Portugal. O sinal de maior amplitude, de cerca de 40 cm, foi registado em Ponta Delgada nos Açores. Na Madeira também foi registado uma alteração de 20 cm medidos no Funchal. Já em Portugal Continental, a maior alteração aconteceu em Peniche, com uma amplitude de 39 cm. O resto do país foram medidos valores genéricos inferiores a 20 cm.

Veja na galeria imagens da erupção a partir de satélite:

Na sua nota, o IPMA diz que “a origem destes registos está relacionada com a onda de choque atmosférica resultante da explosão no vulcão, a qual se propagou pelo globo, gerando condições particulares sobre os oceanos que potenciam a geração de um tsunami, neste caso designado por meteo-tsunami de origem vulcânica”.

Segundo a Space Weather, as medições feitas pelos balões e satélites indicam que a “pluma” da erupção chegou à estratosfera, a uma altitude de 18 mil quilómetros.

De recordar que em dezembro o vulcão Cumbre Vieja, da ilha Las Palmas, nas Canárias, entrou em hibernação, depois de três meses de erupções violentas. Estima-se que os prejuízos rondem os mil milhões de euros e que o processo de recuperação possa levar vários anos.