O WFST, sigla que corresponde ao nome Wide Field Survey Telescope, foi desenvolvido em conjunto desde 2019 pela Universidade de Ciência e Tecnologia da China e pelo observatório. Cobre todo o hemisfério norte do céu, o que beneficiará a investigação astronómica e a monitorização do espaço próximo da Terra.
Com 2,5 metros de diâmetro, este telescópio está localizado na aldeia de Lenghu, a uma altitude média de 4.200 metros. Este local é conhecido como o "Acampamento Marte" da China, devido à sua paisagem desértica semelhante à superfície do planeta vermelho.
Um dos destaques do WFST é a capacidade de capturar imagens precisas de galáxias distantes, como a que registou da galáxia de Andrómeda, localizada a mais de 2 milhões de anos-luz de distância. O seu grande campo de visão e alta resolução tornam possível fotografar galáxias difíceis de serem observadas por outros telescópios.
Este telescópio também vai ajudar na monitorização de eventos astronómicos dinâmicos e em pesquisas de observação astronómica no domínio do tempo.
O aparelho vai ainda melhorar a capacidade da China de monitorizar objetos próximos à Terra e emitir alertas precoces.
Este novo tipo de telescópio tira fotos do universo com maior largura e profundidade, usando um método que reflete a luz entre vários espelhos, antes de capturar a imagem numa câmara gigante.
A área de Lenghu, que quando estiver concluída será a maior base de observação astronómica da Ásia, começou a ser construída em 2017 e abriga já 12 telescópios.
No total, mais de 30 telescópios vão ser instalados na montanha Saishiteng, incluindo o MUST (telescópio de pesquisa multiplexado) de 6,5 metros, e o EAST (telescópio segmentado de abertura estendida), que tem também 6,5 metros.
A cidade, com uma área total de 17.800 quilómetros quadrados, está localizada a 944 quilómetros da capital da província de Qinghai, Xining.
Nos últimos anos, o programa espacial chinês alcançou vários sucessos, como pousar a sonda Chang'e 4 no lado oculto da Lua, um feito inédito, e colocar uma sonda em Marte, tornando-se o terceiro país, depois dos Estados Unidos e da antiga União Soviética, a fazê-lo.
A China concluiu também no ano passado a sua estação espacial permanente, Tiangong, no culminar de mais de uma década de esforços para manter presença constante de tripulantes em órbita.
Veja algumas das imagens da Estação Espacial chinesa
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