O “velinho” Hubble está de novo operacional e a funcionar e já registou as primeiras imagens desde que mudou para um modo alternativo em que que usa apenas um giroscópio.
O telescópio espacial esteve offline durante várias semanas, devido a um problema com um dos giroscópios que o integram, essenciais para o seu controlo e orientação.
Dos seis giroscópios presentes de início no Hubble, já estavam a funcionar apenas três, mas entretanto um deles começou a apresentar leituras defeituosas dos dados. Para continuar a prolongar a já extensa vida do velhinho telescópio, a equipa responsável decidiu limitar os trabalhos a apenas um giroscópio, poupando o restante para uma utilização futura.
Esta “cirurgia” ao telescópio vai apresentar tempos de rotação mais longos e uma flexibilidade reduzida quando é necessário realizar manobras de direcionamento e reposicionamento, mas por outro lado permitirá que o Hubble possa fazer a maior parte das suas observações científicas, continuando os seus valiosos contributos para uma melhor a perceção do cosmos.
O Hubble voltou a ficar operacional a 14 de junho e já fez novos registos fotográficos. Num deles, a NGC 1546, uma galáxia próxima na constelação Dorado, serviu de “modelo”.
Na nova imagem, a orientação desta galáxia espetacular dá uma boa visão das faixas de poeira ligeiramente acima e iluminadas pelo seu núcleo. Essa poeira absorve a luz do núcleo, avermelhando-o. O próprio núcleo brilha intensamente numa luz amarelada, indicando uma população mais antiga de estrelas. Regiões azuis brilhantes de formação estelar ativa brilham através da poeira. Várias galáxias de fundo também são visíveis, incluindo uma espiral lateral logo à esquerda da NGC 1546.
Veja na galeria a nova imagem e outras já captadas pelo Hubble
A foto foi captada pela Wide Field Camera 3 do Hubble como parte de um programa de observação conjunto com o telescópio James Webb. O programa também utiliza dados do Atacama Large Millimeter/submillimeter Array, permitindo aos cientistas obter uma visão altamente detalhada e de vários comprimentos de onda de como se formam e evoluem as estrelas.
“A nova imagem do Hubble de uma galáxia espetacular demonstra o sucesso total do nosso novo e mais estável modo de apontar para o telescópio”, refere Jennifer Wiseman, citada pela NASA. “Estamos preparados para muitos mais anos de descobertas e observaremos tudo, desde o nosso sistema solar até exoplanetas e galáxias distantes”, sublinhou.
Lançado em 1990, o Hubble observa o universo há mais de três décadas, tendo celebrado recentemente o seu 34º aniversário.
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