Além da Neuralink de Elon Musk, a Synchron também tem vindo a desenvolver uma tecnologia de implantes cerebrais que, no futuro, poderá ajudar pessoas com paralisia, ou outras condições, a recuperar capacidades perdidas. Agora, a empresa conseguiu a aprovação da entidade reguladora norte-americana Food and Drug Administration (FDA) para testar os seus implantes cerebrais em humanos.
A tecnologia desenvolvida pela Synchron apresenta algumas diferenças em relação à da Neuralink. De acordo com a empresa, o seu implante, chamado Stentrode, foi desenvolvido para ser implantado de modo menos invasivo e não requer uma cirurgia no cérebro para ser colocado. Ao contrário do Neuralink, cuja implantação é realizada por um robot, o Stentrode é colocado por profissionais humanos.
O Stentrode é implantado no cérebro através de um cateter, que é inserido numa das veias jugulares. Ao chegar ao cérebro, o implante, é colocado numa zona próxima do córtex motor. O implante regista a atividade cerebral associada ao movimento e transmite-a para um outro dispositivo implantado no peito, que é ligado depois a um sistema computorizado.
Veja como funciona o Stentrode
Com o sistema, uma pessoa com paralisia poderia controlar, por exemplo, um computador através da sua mente, permitindo comunicar através de aplicações específicas e aceder a serviços online, incluindo de telemedicina. Uma das ambições futuras da Synchron é dar às pessoas a possibilidade de operar outros tipos de equipamentos, como exoesqueletos ou veículos.
Com a aprovação da FDA nos Estados Unidos, a empresa poderá começar a testar a sua tecnologia num conjunto de seis voluntários humanos no Hospital Mount Sinai, em Nova Iorque, ainda neste ano. Além dos Estados Unidos, a Synchron está já a testar os seus implantes em humanos na Austrália, onde quatro voluntários receberam o Stentrode e estão a utilizar o sistema desenvolvido para controlar dispositivos digitais.
Do lado da empresa de Elon Musk, o projeto tem vindo a fazer progressos desde que foi anunciado oficialmente em 2017. Em agosto do ano passado, a empresa fez uma demonstração ao vivo de como funciona o seu “Fitbit para o cérebro” com um conjunto de três porcos. Uma das cobaias foi apresentada como um caso de sucesso, demonstrando que um ser vivo consegue sobreviver sem problemas cerebrais depois da implantação e remoção do implante.
Mais recentemente, a Neuralink demonstrou que conseguiu usar a sua tecnologia para colocar um macaco a jogar Pong com a mente. Ainda em outubro de 2019, a empresa tinha conseguido pôr um macaco a controlar um computador com o seu cérebro. Ainda no mesmo ano, a Neuralink avançou que estava a testar cerca de 1.500 elétrodos em ratos.
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