Desde 2018 que a missão da NASA anda a "rondar" o asteroide Bennu, e em outubro de 2020 conseguiu pousar com sucesso, numa manobra de "toca e foge" para recolher as primeiras amostras com a ajuda de um braço robótico. É a primeira missão que consegue realizar este feito histórico e hoje a sonda vai dizer adeus ao corpo rochoso e dirigir-se à Terra para a "entrega" das rochas aos cientistas.
Está previsto que hoje a OSISRIS-REx ligue os seus propulsores principais para se afastar da órbita do asteroide Bennu para uma longa jornada de dois anos em direção à Terra.
A bordo a sonda traz 60 gramas de material recolhido no asteroide, e apesar de parecer pouco esta é uma quantidade relevante para a investigação sobre a origem do Sistema Solar e da vida na Terra. A sonda OSIRIS-REx vai trazer de volta a maior amostra recolhida por uma missão da NASA desde que os astronautas da Apollo trouxeram na bagagem rochas lunares.
A próxima missão a trazer para Terra material de outros planetas é a Mars 2020, mas Agência Espacial Japonesa tem já conseguiu completar com sucesso uma missão semelhante, com material recolhido no asteroide Ryugu. A cápsula aterrou numa zona deserta da Austrália no dia 6 de dezembro de 2020 e já foi aberta.
Acompanhamento da missão em direto com a NASA
A equipa da NASA vai estar a acompanhar tudo em direto e tem uma emissão especial preparada a partir das 21 horas de Portugal Continental para explicar todo o percurso da sonda OSIRIS-REx (um acrónimo de Origins, Spectral Interpretation, Resource Identification, Security, Regolith Explorer).
Esté um momento de entusiasmo para a NASA, com a antecipação do sucesso da primeira missão da NASA a visitar um asteroide próximo à Terra, pesquisar a superfície e recolher uma amostra para trazer de volta à Terra. Durante a transmissão, os cientistas vão ainda revelar novas imagens do sobrevoo final da missão do asteroide Bennu e discutir os principais obstáculos e os momentos tensos da recolha de amostras em outubro de 2020. A transmissão também vai abordar a forma como a equipa planeou as alternativas aos desafios que ameaçavam a sua missão.
Confirmação do adeus ao Bennu
Os dados partilhados pela NASA mostram que hoje, pelas 4h16 EDT, 21h16 em Portugal continental, os cientistas na sala de controle do OSIRIS-REx, localizada em Lockheed Martin, em Littleton, Colorado, vai receber a confirmação de que a sonda disparou seus propulsores principais para se afastar da órbita do asteroide Bennu, aproximadamente 16 minutos depois de isso acontecer devido ao tempo que a informação demora a chegar. Cerca de 7 minutos depois de ligar os seus propulsores, a OSIRIS-REx iniciará oficialmente o caminho para "casa".
Há algum nervosismo no momento já que a sequência de partida do OSIRIS-REx é a manobra mais significativa da missão desde que chegou a Bennu em 2018. Os propulsores da espaçonave devem mudar a velocidade de 958 quilómetros por hora para que a rota da OSIRIS-REx cruze a Terra e consiga completar com sucesso a missão de trazer as amostra até ao Utah Test and Training Range, com chegada prevista para 24 de setembro de 2023.
Para este regresso os cálculos tiveram que ser feitos de forma cuidada, porque não há um caminho direto de volta à Terra. A sonda vai dar a volta ao Sol duas vezes, cobrindo 2,3 mil milhões de quilómetros para conseguir alcançar o nosso planeta.
Ainda antes da fase final a OSIRIS-REx já entrou para a história. Nos últimos dois anos e meio de operações no asteróide quebrou o seu próprio recorde para a órbita mais próxima de um corpo planetário por uma nave espacial. A NASA garante que o Bennu é o mais pequeno objeto celeste já orbitado por uma sonda construída por humanos.
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