
Conduzida pela Intuitive Machines, em colaboração com a NASA e a Nokia, a IM-2, marcou um momento importante na exploração espacial, embora tenha enfrentado desafios técnicos. Lançada no dia 26 de fevereiro, a bordo de um foguetão Falcon 9, da SpaceX, a missão tinha como objetivo realizar testes tecnológicos e recolher dados científicos na superfície da Lua.
O módulo de aterragem Nova-C, apelidado de Athena, pousou a 6 de março perto do polo sul lunar, a cerca de 400 metros do local inicialmente previsto. Apesar de ter alunado com sucesso, ficou inclinado de lado, limitando a operação dos instrumentos científicos e tecnológicos a bordo. O posicionamento também afetou a exposição dos painéis solares, o que contribuiu para a rápida perda de energia e o encerramento prematuro da missão às 12h15 do dia 8 de março.
Mesmo com estas dificuldades, o Nova-C conseguiu transmitir imagens do local de aterragem e operar parcialmente alguns dos seus instrumentos. Um destaque foi o PRIME-1, um conjunto experimental que incluiu a perfuradora TRIDENT e o espectrómetro MSOLO. Embora o TRIDENT não tenha conseguido perfurar o solo lunar, o MSOLO conseguiu detetar elementos que indicavam emissões do sistema de propulsão do módulo.
Veja algumas imagens registadas durante a aproximação da missão à Lua
A Nokia testou com sucesso componentes-chave do seu sistema de comunicações móveis na Lua, o Lunar Surface Communications System (LSCS). Durante uma janela de 25 minutos, o LSCS demonstrou ser capaz de transmitir dados entre o módulo Athena e a estação de controlo terrestre da Nokia em Sunnyvale, Califórnia. Este sistema, conhecido como "rede numa caixa" (NIB), incluiu uma estação base, rádio e núcleo de rede, que funcionaram sem interrupções durante o curto período em que receberam energia.
Contudo, a realização da primeira chamada móvel na Lua não foi possível devido às condições extremas e à limitação de energia. O dispositivo de comunicação a bordo do micro-rover Hopper, parte do sistema da Nokia, não conseguiu estabelecer ligação com a NIB porque a temperatura havia caído para níveis abaixo do operacional.
Embora não tenha alcançado todos os objetivos, a missão IM-2 proporcionou avanços significativos. A NASA destacou que os dados recolhidos e as tecnologias testadas durante a missão serão cruciais para futuros projetos, incluindo a exploração de Marte e o desenvolvimento de uma economia lunar. Para a Nokia, os resultados obtidos demonstraram o potencial das tecnologias móveis no espaço, abrindo caminho para comunicações essenciais em missões futuras.
Com mais duas missões planeadas pela Intuitive Machines para 2026 e 2027, espera-se que as lições aprendidas com a IM-2 impulsionem o sucesso das próximas etapas na exploração lunar.
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