
Esta descoberta significa que, apesar das suas enormes diferenças planetárias, Terra e Marte podem ser moldados por algumas das mesmas forças básicas e processos relacionados com o frio.
O artigo, publicado na revista Icarus é da autoria do aluno de doutoramento JohnPaul Sleiman e da assistente Rachel Gladee. Oferece novos conhecimentos sobre o clima passado de Marte e os tipos de ambientes que podem ter albergado vida, bem como novos conhecimentos sobre a física fundamental dos materiais granulares.
Marte é o planeta do sistema solar mais estudado pelos cientistas, e há várias missões em curso no terreno, com a NASA a planear uma missão com humanos, a missão Artemis. O robot Perseverance continua a "trabalhar" para recolher amostras do solo, que a NASA quer trazer para Terra, mas só em 2026 será tomada a decisão.
Os investigadores usaram imagens de satélite de alta resolução para analisar nove crateras em Marte e compará-las com as da Terra.
Descobriram que as formas onduladas do relevo de Marte têm formas semelhantes e seguem os mesmos padrões geométricos básicos dos lóbulos de soliflução, encontrados em regiões frias e montanhosas da Terra, como o Ártico e as Montanhas Rochosas.
Estes padrões, segundo Rachel Glade, "são exemplos grandes, granulares e lentos de padrões comuns encontrados em fluidos do dia-a-dia, como tinta a escorrer pela parede". A maior diferença é que as versões marcianas são, em média, 2,6 vezes mais altas, referiu.

Os investigadores mostram que esta diferença de altura é exatamente o que seria de esperar se as propriedades físicas do solo e a menor gravidade de Marte permitissem que os lóbulos crescessem antes de entrarem em colapso.
Na Terra, os lóbulos de soliflução formam-se quando o solo congela e descongela parcialmente, soltando o solo o suficiente para que este possa deslizar lentamente pela encosta abaixo ao longo do tempo.
Marte provavelmente passou por ciclos de congelamento e degelo semelhantes aos da Terra, embora os ciclos marcianos tenham sido provavelmente causados pela sublimação (onde o gelo se transforma diretamente em vapor) e não pelo degelo causado pela água líquida.
Veja algumas das imagens de terreno captadas pela missão Perseverance em Marte
Os investigadores sugerem que Marte pode ter albergado condições frias que moldaram a sua superfície de forma semelhante à da Terra, esclarecendo a evolução climática do planeta, o possível papel da água e onde procurar sinais de vida passada.
"Compreender como estes padrões se formam fornece informações valiosas sobre a história climática de Marte, especialmente a possibilidade de ciclos passados de congelamento e degelo, embora sejam necessárias mais pesquisas para determinar se estas características se formaram recentemente ou há muito tempo", apontou JohnPaul Sleiman.
"Em última análise, esta investigação pode ajudar-nos a identificar pistas sobre ambientes passados ou presentes noutros planetas que podem sustentar ou limitar a vida potencial", acrescentou o investigador.
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