A tecnologia desenvolvida em Aveiro “voou pelo espaço para provar que é possível fazer satélites mais eficientes, e está mais perto de substituir os transístores utilizados atualmente”, revelou fonte académica.
“O que ganhamos com isto a partir da Terra? Serviços mais baratos. Uma diminuição do consumo energético dos satélites de telecomunicações pode significar que os serviços por eles prestados diminuam de preço, ao haver uma rede de telecomunicações via satélite”, explicou o coordenador da equipa de investigação da UA, Nuno Borges.
Nuno Borges, investigador e docente do Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática (DETI) da UA, está convicto de que os sistemas tradicionais serão “completamente substituídos e poderão ser construídos com transístores de nitreto de gálio”.
Durante seis anos, a equipa de investigação, da qual também fazem parte Hugo Mostardinha e Diogo Matos, estudou os efeitos da utilização do gan no espaço e publicou agora um artigo no periódico Scientific Reports (grupo Nature), em que confirma que essa tecnologia “tem capacidade para operar no espaço e tornar-se uma solução viável para a substituição dos sistemas tradicionais”.
Refira-se que já em 2013 um consórcio financiado pela Agência Espacial Europeia (ESA) levou nitreto de gálio para o espaço, a bordo do satélite Alphasat, utilizado num circuito eletrónico, desenvolvido pelo Instituto de Telecomunicações (IT) da Universidade de Aveiro.
O objetivo era “utilizar um inovador transístor com nitreto de gálio, um semicondutor usado para amplificar ou trocar sinais eletrónicos, e testar se aquele material era mais resistente à radiação cósmica, que pode prejudicar o desempenho das operações espaciais”.
Nuno Borges revelou que a alteração nos sistemas “já está a acontecer para satélites de baixa órbita” e disse que “acontecerá em breve para outros sistemas e para alguns dos principais componentes de um satélite, como por exemplo os sistemas de telecomunicações”.
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