Uma equipa de investigadores do Porto, liderado pelo INESC TEC, está a desenvolver tecnologias baseadas em inteligência artificial para a realização de diagnósticos precoce do cancro gástrico. Este cancro é considerado o terceiro mais mortal em todo o mundo. “O rastreio minimamente invasivo e a endoscopia gastrointestinal desempenham um papel primordial para um diagnóstico precoce, crucial para a melhoria das taxas de sobrevivência”, é referido no comunicado. Os investigadores afirmam que devido a fatores técnicos e cognitivos, o risco de um falso diagnóstico causado por erro humano é possível.
A equipa de investigação reúne especialistas da área de inteligência artificial e visão computacional do INESC TEC e da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e ainda especialistas da área da gastrenterologia e endoscopia digestiva em oncologia do Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO Porto).
Segundo Miguel Coimbra, investigador do INESC TEC, o principal objetivo da equipa é criar tecnologias baseadas em visão computacional par analisar, de forma automática, os vídeos e imagens obtidos através de endoscopias gastrointestinais não invasivas.
“A Inteligência Artificial, e mais especificamente a visão computacional, tem o potencial de mitigar as limitações existentes atualmente, ao fornecer ferramentas de avaliação automáticas da endoscopia que não só podem apoiar os médicos na deteção e caracterização de lesões de cancro gástrico, como podem monitorizar a própria qualidade da endoscopia efetuada”, salienta o investigador.
Mário Dinis-Ribeiro, diretor de Serviço de Gastrenterologia do IPO do Porto e Professor Catedrático Convidado da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), colidera o projeto e afirma que a observação por endoscopia poderá ser melhorada através da inteligência artificial. “A qualidade da endoscopia em Portugal é muito boa, mas em todo o mundo a procura da melhoria no ensino e na prática está a fazer-se também através da inteligência artificial”.
A equipa encontra-se a desenvolver novos algoritmos de IA para integrar um protótipo a ser testado em ambiente hospitalar, no Serviço de Gastrenterologia do IPO do Porto. É referido que numa primeira fase está a ser definido o protocolo que vai ser seguido para a recolha de um conjunto de dados, que servirão como base na construção do protótipo.
O projeto, denominado por CAGED (Computer Assisted Gastric Cancer Diagnosis) tem um orçamento de 240 mil euros e está a ser financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia nos próximos três anos.
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