Na manhã do primeiro dia de 2022 os habitantes de Pittsburgh, no Estado norte-americano da Pensilvânia, foram surpreendidos por uma forte explosão. O tumulto fora do comum deixou muitos a questionar-se acerca do que teria sucedido, até porque no céu, que estava nublado e aparentemente calmo, não havia sinais que pudessem indicar algum desastre.

O som ouvido por múltiplos habitantes era na verdade uma explosão de um meteoro. A hipótese já tinha sido avançada pelo Serviço Nacional de Meteorologia em Pittsburgh, a partir da sua conta no Twitter, e mais tarde confirmada pela NASA, através da página NASA Meteor Watch no Facebook.

Clique nas imagens para mais detalhes

Numa primeira publicação, a NASA explica que o satélite meteorológico geoestacionário GOES-16, que deteta e mapeia relâmpagos, identificou algo que poderia ser um meteoro. Porém, uma vez que o céu estava nublado na altura em que foi ouvida a explosão, uma primeira análise não conseguiu fazer uma estimativa da sua energia.

Mais tarde, a agência espacial norte-americana indicou que uma estação infrassom local registou a onda de choque causada pela explosão do meteoro. De acordo com estimativas, a energia emitida pelo fenómeno era equivalente à explosão de 30 toneladas de TNT.

Ao que tudo indica, o meteoro, que teria viajado a uma velocidade de aproximadamente 72.400 quilómetros por hora, teria uma dimensão de quase um metro, com uma massa a rondar os 500 quilogramas.

Caso o céu não estivesse nublado, teria sido possível observar uma “bola de fogo” em pleno dia, cuja luminosidade seria, de acordo com estimativas dos especialistas da NASA, seria 100 vezes mais forte do que o brilho emitido por uma Lua cheia.

Embora não existam muitos mais registos do “flash” causado pelo fenómeno para lá daquele que foi captado pelo satélite GOES-16, houve quem conseguisse registar parte do som da explosão, através de câmaras de vigilância, partilhando-o nas redes sociais.

Já do outro lado do Atlântico, ainda no início de dezembro do ano passado, o Instituto de Astrofísica da Andaluzia (IAA-CSIC) conseguiu captar através do projeto SMART a passagem de uma bola de fogo no céu no Sul de Portugal e Espanha, resultante da entrada de um meteorito na atmosfera terrestre, a uma velocidade de cerca de 100 mil quilómetros por hora.

Ainda em novembro de 2020, um fenómeno semelhante foi detetado pelo projeto SMART. A bola de fogo, que percorreu o sudoeste da Península Ibérica, foi observada a uma velocidade de 227.000 quilómetros por hora, e pode recordar a sua passagem no vídeo que se segue.