A informação foi partilhada num tweet e é uma confirmação dupla de que a primeira amostra recolhida está bem guardada no tubo destinado ao efeito. Na sexta feira a NASA já tinha dado conta de que o rover Perseverance tinha recolhido a primeira rocha, mas uma nova imagem, com mais luz, garante que tudo está correto.

Este é um passo importante na missão Mars 2020 que coloca todo o "músculo" da NASA em Marte e que envolve também a ESA, a agência espacial europeia. A recolha de material de Marte é uma das prioridadesdesta missão e o objetivo é recolher pelo menos 35 amostras de rochas de várias unidades geológicas e superfícies diferentes.

O material recolhido pelo "laboratório ambulante" Perseverance será depois selado e guardado dentro do rover para ser recolhido por uma missão futura, que em parceria com a ESA  vai transportar as amostras para a Terra.

O rover Perseverance chegou a Marte a 18 de fevereiro de 2021, depois de partir da Terra a 30 de julho de 2020, e está há 194 Sols (dias marcianos) a explorar a cratera Jazero, onde os cientistas estimam que existe mais possibilidade de encontrar provas de vida anterior em Marte.

A primeira tentativa de recolher uma amostra do solo do Planeta Vermelho acabou por não ser bem sucedida, apesar de um primeiro momento em que a NASA comunicou que tinha completado o processo.  Uma verificação posterior do tubo de recolha acabou por mostrar que estava vazio, e que não tinha sido guardada nenhuma rocha, por isso é natural que nesta segunda tentativa tivessem sido redobrados os cuidados.

Ao longo das últimas semanas, a equipa responsável pelo rover tinha vindo a reunir esforços para conseguir recolher uma nova amostra. Depois de ter percorrido cerca de 455 metros na região marciana de Citadelle, o Perseverance encontrou uma nova rocha, à qual os especialistas deram a alcunha "Rochelle".

A região de Citadelle apresenta uma superfície rochosa que aparenta ser resistente à erosão causada pelo vento, motivo pelo qual se acredita que as suas rochas serão mais robustas, existindo uma maior probabilidade “sobreviverem” ao processo de recolha de amostras.

A NASA explica que as primeiras imagens recebidas depois da recolha demonstravam que existia uma amostra intacta dentro do tubo de depósito. Porém, as imagens adicionais que se seguiram eram inconclusivas devido às condições de iluminação .

Clique nas imagens para mais detalhes sobre a recolha da primeira amostra de rocha em Marte

Recorde-se que equipa de especialistas adicionou mais um passo ao processo de recolha da amostra de modo a assegurar que o que aconteceu na primeira tentativa não volta a suceder. Assim, depois de recolher a amostra, o Perseverance utilizou a sua câmara Mastcam-Z para "espreitar" para dentro do tubo de depósito.

De seguida, a equipa colocou o processo de recolha em pausa para poder analisar as imagens captadas pelo rover e assegurar que há mesmo uma amostra dentro do tubo. Só depois de confirmar que a amostra está mesmo lá é que os especialistas deram “luz verde” ao rover para selar o tubo.

A missão Mars 2020 é uma das mais completas da história da NASA e tem vindo a quebrar vários recordes. Veja algumas das imagens dos instrumentos que a agência colocou em Marte depois de vários anos de preparação