Como tem sido utilizada a tecnologia digital e inteligência artificial (IA) na área da saúde? Uma conferência digital promovida pelo EIT Health reuniu mais de 170 profissionais para analisar esta questão, apresentando mais de 20 projetos portugueses que se dedicam ao desenvolvimento de novas soluções para combaterem os desafios do sistema de saúde a nível global.
Apesar de a organização sem fins lucrativos lançar apenas o Mapa da Inovação nos Cuidados de Saúde em Portugal em 2021, alguns dos principais pontos do relatório foram discutidos esta sexta-feira na conferência “Inteligência Artificial em Saúde: uma perspetiva de Portugal”. Certo é que as novas tecnologias digitais já estão a ajudar profissionais de saúde e o Serviço Nacional de Saúde (SNS) a darem resposta aos desafios impostos pela COVID-19, numa altura em que estão identificadas 56 startups que trabalham para melhorar os cuidados de saúde.
Nas diversas sessões da conferência foi possível conhecer projetos de IA já aplicados nos hospitais e em rede de cuidados de saúde portugueses, nomeadamente a ADAPP. Trata-se de uma ferramenta gráfica desenvolvida pela Glintt, que está a ser utilizada em vários países e até mesmo pela Organização Mundial da Saúde no planeamento e decisões políticas de saúde. O sistema permite recolher e atuar sobre a informação relativa ao número de camas de hospitais para diferentes níveis de intervenção, prever a escassez de camas e planear os recursos humanos necessários para as apoiar.
Na conferência foram ainda apresentados projetos de telemedicina, que permitem manter os cuidados de saúde fora dos hospitais. Uma parceria entre os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) e a Fraunhofer Portugal levou ao desenvolvimento de uma solução que garante o rastreamento e a triagem na especialidade de dermatologia. Já no diagnóstico de doenças de retina, destaque para o projeto desenvolvido pela empresa Retmarker, que resultou de uma colaboração com a Universidade de Coimbra.
A trabalhar diretamente com o Hospital de São João, no Porto, está também a iLof. A startup spin off da Universidade do Porto recorre à IA para pré-diagnosticar doenças a partir de uma amostra de sangue. Numa fase inicial o projeto começou por focar-se na doença de Alzheimer mas está, desde este ano, também dedicado a apoiar e prever complicações de doentes COVID-19.
Tecnologias têm de ser adaptadas a uma escala maior no SNS
Na conferência discutiram-se ainda os desafios pós-pandemia no setor, para que as tecnologias possam ser adaptadas para uma escala maior no SNS e, com isso, impactar a vida de mais portugueses.
"Muitos produtos e serviços, criados dentro e fora da nossa comunidade, como a IA e a telemedicina, por exemplo, podem oferecer um alívio profundo aos já sobrecarregados sistemas de saúde", considerou Miguel Amador, responsável pelo EIT Health em Portugal. Mas, para isso, fala na necessidade de uma "estreita colaboração" entre universidades, startups e tecnológicas, como também dos hospitais, organismos públicos e investidores, do lado dos utilizadores.
No evento frisou-se ainda a necessidade de criação e manutenção de redes de colaboração nacionais. Dado como exemplo foi o trabalho que o EIT Health ou o Health Cluster Portugal fazem, em agregar as várias entidades do ecossistema em projetos conjuntos, como também o do Value for Health CoLab, que junta num consórcio dos vários agentes críticos para a mudança.
O evento teve a colaboração dos vários parceiros da rede EIT Health em Portugal e ainda do Health Cluster Portugal. Fundado em 2016, o EIT Health é uma das maiores parcerias público-privadas da Europa no campo da inovação em saúde, contando com cerca de 150 parceiros.
Em Portugal, o EIT Health conta com seis parceiros. Instituto Pedro Nunes, Universidade de Coimbra, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Glintt, Universidade de Lisboa e o Centro Hospital Lisboa Norte são as organizações envolvidas, colaborando também com a Universidade do Porto e a Universidade de Évora.
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