Rastrear a poluição do ar em todo o mundo passa a ser possível com um novo mapa online disponível. Com a ajuda do satélite europeu Copernicus Sentinel-5P, a plataforma mostra as concentrações médias de dióxido de nitrogénio (NO2), em análise dos últimos 14 dias. Sem surpresas, Lisboa e Porto são as cidades que apresentam os maiores níveis em Portugal, mas o país não é dos que mais se destaca pela negativa a nível global.

O NO2 é um gás reativo que resulta sobretudo da queima de combustíveis fósseis a temperaturas elevadas, nomeadamente nos motores dos veículos motorizados e em alguns processos industriais. Ao nível da saúde, pode ter um impacto significativo, aumentando, por exemplo, a probabilidade de desenvolver problemas respiratórios.

E, como explica a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), o mapa não mostra apenas as alterações ao longo do tempo numa escala global. Oferece também a possibilidade de os utilizadores aumentarem, através do zoom, as regiões que mais lhe interessam.

Em plena pandemia, os mapas refletem ainda os efeitos da COVID-19, "com reduções drásticas das concentrações de NO2 visíveis em muitas áreas", garante a ESA.

As concentrações de NO2 na atmosfera podem variar bastante durante o dia-a-dia, devido às alterações as emissões. Por outro lado, as mudanças nas condições climáticas, como da luz solar, temperatura e vento, também podem afetar a concentração dos níveis deste gás. Por este motivo, é necessário analisar dados por um período substancial de tempo, neste caso 14 dias. De acordo com a ESA, "permite o mapeamento e a análise precisa das concentrações de NO2 em todo o mundo".

Lançado em 2017 para monitorizar a qualidade do ar, o Copernicus Sentinel-5P tem sido notícia nos últimos tempos em plena pandemia. Ainda recentemente, a ESA e a Comissão Europeia lançaram a plataforma RACE, com dados do satélite, que quer avaliar o impacto da COVID-19 e monitorizar a recuperação da Europa.