É verdade que se tem falado mais da companheira de viagem, a sonda lunar SLIM, mas XRISM é uma missão talvez ainda mais ambiciosa, focado em objetivos diferentes.
Resultando de uma parceria entre as agências espaciais JAXA e NASA, com o forte contributo da ESA, a XRISM - X-Ray Imaging and Spectroscopy Mission tem por base um instrumento perito em raios X, criado para observar os objetos e eventos mais energéticos do cosmos. Ao fazê-lo, a derradeira intenção é desvendar a evolução do Universo e a estrutura do espaço-tempo.
Como evoluem as maiores estruturas do Universo, como foi distribuída a matéria que nos compõe e de que forma os buracos negros massivos moldam uma galáxia são algumas das perguntas a que a XRISM pretende ajudar a responder.
Os raios X são libertados nas explosões mais energéticas e nos locais mais quentes do Universo. Isso inclui o gás superaquecido que envolve os maiores blocos de construção do Universo: os aglomerados de galáxias, explica a ESA.
A JAXA projetou a XRISM com capacidade de deteção da luz de raios X deste gás para ajudar os astrónomos a medirem a massa total desses sistemas. Deste modo acredita-se que será possível revelar novos dados sobre a formação e evolução do Universo.
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As observações de aglomerados de galáxias feitas pelo XRISM também fornecerão informação sobre como o cosmos produziu e distribuiu os elementos químicos. O gás quente dentro dos aglomerados é um remanescente do nascimento e morte de estrelas ao longo da história do Universo. Ao estudar os raios X emitidos pelo gás, o XRISM descobrirá quais os “metais” - elementos mais pesados que o hidrogénio e o hélio - existentes e mapeará como o Universo foi enriquecido com eles.
A missão seguiu viagem na madrugada desta quinta-feira, dia 7 de setembro, depois de três adiamentos desde o final de agosto devido a condições climáticas desfavoráveis, tendo por companheira a sonda lunar SLIM.
Veja na galeria algumas das imagens do lançamento, transmitido pela JAXA
De acordo com informação da JAXA, o satélite foi posicionado com sucesso, sendo que os próximos três meses servirão para testar todos os instrumentos. Se tudo estiver operacional, passado esse tempo entra em funcionamento para cumprir o seu desígnio.
Recorde-se que, com a SLIM, o Japão pretende realizar a primeira alunagem do país, demonstrar a sua tecnologia de aterragem de precisão e investigar rochas lunares.
Se conseguir pousar na Lua, o Japão será o quinto país do mundo a fazê-lo, depois da Índia ter conseguido completar a missão Chandrayaan-3, que acaba de terminar. Os dados obtidos pela sonda serão usados no projeto internacional norte-americano Artemis, que visa o regresso dos astronautas ao satélite natural da Terra.
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