A agência espacial japonesa abriu a sonda Hayabusa 2, que regressou recentemente à Terra, depois de uma missão bem-sucedida que consistiu na recolha de material cósmico do asteróide Ryugu. A JAXA confirmou que a amostra de gás recolhida difere da composição de gases da atmosfera terrestre - a primeira do tipo recolhida no espaço profundo.
A Hayabusa 2 passou 16 meses no encalce do Ryugu, conseguindo estabelecer contacto físico com o asteróide por duas vezes. Foi durante estes episódios que a sonda conseguiu recolher rochas, poeira e gás. As amostras foram colocadas numa cápsula que seguiu para a Terra, ao passo que a sonda prosseguiu para outra missão espacial. A cápsula aterrou numa zona deserta da Austrália, no passado dia 6 de dezembro.
A agência já revelou parte do material recolhido, mas as análises laboratoriais só se vão iniciar em 2021. Importa ainda sublinhar que parte destas amostras será partilhada com outras agências espaciais.
A JAXA diz ter conseguido recolher entre uma a duas gramas de material, o que representa 10 a 20 vezes mais as 100 miligramas esperadas. Caso se confirme, esta será a maior amostra de asteróide alguma vez recolhida do espaço. A outra amostra recolhida de um asteróide extraterrestre foi extraída durante a missão Hayabusa1 e consistia em apenas um miligrama de material.
É importante sublinhar uma diferença face às recolhas feitas em asteróides que colidiram com a terra: esta não se encontra contaminada pelo ambiente terrestre, pelo que mantém muitas das suas características originais. A agência explica que, nestas amostras, podem estar contidas pistas sobre o passado do nosso sistema solar, o que nos pode ajudar a perceber melhor o processo de formação da Terra e da própria vida.
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