Sob o tema Data: Accelerating the Future of iHealth, na conferência da APDC que está hoje a acontecer, também se falou em Saúde e como a melhoria desta área através da tecnologia poderia ter um impacto relevante na economia do país. Filipa Mota e Costa, gestora de direção da farmacêutica Janssen salientou como os dados podem ajudar a prevenir as doenças. “Sem saúde não existe economia e isso foi demonstrado nos últimos dois anos com a pandemia”.

Destacou o papel da Saúde não apenas em nós, potenciais doentes, mas também na sociedade. Num estudo publicado pela Mackenzie, demonstra o impacto no PIB da União europeia que os cuidados de saúde podem ter: 2,4 triliões de euros dentro de uma década.

Foram gerados 79 Zettabytes em 2021, mas vai chegar aos 181 Zettabytes em 2025, ou seja, nos próximos anos vai duplicar. Afirma ainda que, um terço, ou seja, 35% dos dados atuais são gerados em Saúde, mostrando a sua importância na sociedade em crescente.

A União Europeia está a trabalhar nesse sentido, planeando um espaço europeu em dados de saúde. No dia 3 de maio publicou uma proposta de enquadramento legal, harmonizado e único, onde todos os dados devem estar disponíveis para serem usados em Saúde. “É importante que Portugal apanhe o comboio e estamos a falar de registos eletrónicos de saúde, de dados de genómica, que possam ser utilizados para obter melhores resultados em Saúde, entre outros”.

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Diz assim que uma melhor partilha dos dados, melhor o acesso aos registos de Saúde, sendo possível tomar melhores decisões clínicas, mas também de quem decide e organiza os sistemas de Saúde. “E os beneficiários são cada um de nós, cidadãos com acesso a melhores cuidados de Saúde, mas também a investigação poderá acelerar melhores soluções e mais inovação.

Filipa Mota e Costa diz que tratar bem significa também poupar mais. As melhores condições de saúde oferecem uma sociedade mais saudável e produtiva. 11.000 milhões de euros de poupanças estimadas União Europeia na próxima década, se forem prestados melhores cuidados em saúde. Mas para isso tem de se investir em infraestruturas e interoperabilidade transfronteiriça da União Europeia para que seja possível acontecer.

Dando alguns exemplos de como os dados podem ajudar a obter melhores sistemas de Saúde e os seus benefícios, salienta a prevenção de doenças crónicas. “Com melhor conhecimento do genoma com bases de dados com as quais podemos extrair conhecimento, e não só um repositório de informação, será possível prever e intercetar as doenças antes de se tornarem graves, extraindo conhecimento dos dados”. O tratamento de doenças crónicas pode ser aligeirado.

As bases de dados podem ser usadas para ajudar a curar as pessoas. “O futuro é hoje”, a engenharia de células que ajudam a combater as nossas doenças já existe, salienta. A inteligência artificial, através do conhecimento já adquirido, pode literalmente varrer bases de dados e tem permitido acelerar a investigação científica, tal como foi o caso da vacina para a COVID-19. A personalização da medicina é algo que também já se ouve falar, também será acelerado através da utilização destas bases de dados. Tratamentos específicos para genomas específicos.

Há um grande impacto dos sistemas de saúde mais sustentáveis na economia. E estudos revelam que se Portugal entrar neste caminho de acesso a melhores dados de Saúde pode ter mais 10% no seu Produto Interno Bruto até 2040. E mais uma vez, salienta que “sem Saúde não há economia”. Mas será que Portugal será capaz de entrar nesse comboio? Sim, e deu o exemplo da Autoridade Tributária, da sua infraestrutura ter o nível de eficiência e capacidade de cruzamento de dados, necessário ao sistema de Saúde. Ou seja, pede a reforma na Saúde, ao mesmo nível que foi feito nas Finanças.

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