A norte-americana LeoLabs anunciou esta quinta-feira que vai instalar nos Açores o seu próximo radar espacial. A estrutura vai expandir a constelação de radares que a empresa está a espalhar pelo mundo para fazer a monitorização de objetos, na cada vez mais super-povoada Órbita Baixa da Terra (LEO, na sigla em inglês). O radar representa o primeiro investimento da empresa, que é um dos principais fornecedores mundiais de infraestruturas e serviços deste tipo a nível mundial, na Europa, como sublinhou o ministro da ciência Manuel Heitor, numa nota de imprensa divulgada pela tecnológica.

O radar dos Açores vai aumentar em 25% a capacidade de monitorização da LeoLabs, dos atuais 15 mil objetos, para 250 mil objetos. Vai também melhorar a frequência de recolha de informação sobre cada objeto e com isso a capacidade de monitorizar eventos críticos, como possíveis colisões, rupturas, manobras, novos lançamentos ou reentradas.

A constelação de radares da LeoLabs serve para dar informação a operadores de satélites, serviços da defesa ou agências espaciais, útil para planear missões e lançamentos ou para afinar estratégias de gestão do espaço disponível. A informação reunida integra um software que fornece dados como os que podem ver-se no vídeo. 

A explosão dos serviços baseados em informação recolhida a partir do espaço aumentou exponencialmente o número de objetos em órbita e agravou o problema do lixo espacial, dois elementos críticos na gestão deste espaço e que exigem informação rigorosa, para poder evitar incidentes e planear estratégias. 

Como sublinha a LeoLabs, pairam na órbita terrestre mais de 250 mil pedaços de lixo de antigas missões espaciais, que representam um risco crescente para as atuais constelações de satélites e para o ambiente.

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Este é aliás um tema que passou a estar na ordem do dia e que vai dar o mote a missões espaciais em preparação, como a que envolve a Critical Software, e que será a primeira da ESA para endereçar o problema do lixo espacial. O número de objetos deste tipo em órbita duplicou no último ano e vai voltar a publicar no próximo. Em cinco anos espera-se que cresça 25 vezes, como também nota a LeoLabs.  

“Este é um investimento para várias décadas da parte da LeoLabs e uma ótima oportunidade para nós, de apoiar as metas de sustentabilidade de Portugal, à medida que a sua presença na comunidade espacial global aumenta”, sublinha Dan Ceperley, CEO and LeoLabs co-Founder.

Na nota de imprensa divulgada pela empresa, o presidente da Agência Espacial Portuguesa, a Space destaca também a importância de “construir infraestruturas que nos permitam mitigar os riscos do aumento de detritos espaciais”. Ricardo Conde sublinha que o “ radar irá melhorar os serviços de mapeamento e catalogação que identificam o posicionamento e dinâmica destes objectos na LEO e fornecer informação que vai ajudar a definir políticas que abordem os riscos”.

Como reconhece na mesma nota Susete Amaro, secretária da cultura, ciência, e transição digital dos Açores, o investimento é um “contributo importante para o desenvolvimento do ecossistema espacial de Santa Maria”, que Portugal quer colocar no centro da estratégia espacial nacional e que nos próximos anos vai acolher outros investimentos importantes, para o país e para a Europa. 

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