Depois de 20 anos no espaço e de vários marcos alcançados, a missão Mars Express voltou a “fazer a diferença” ao transmitir, pela primeira vez, imagens de Marte em direto. No dia 2 de junho, ao longo de uma hora, foi possível ver o Planeta Vermelho tão próximo do tempo real quanto a velocidade da luz permitia.
Resumindo as imagens que durante aquele período de tempo caíram com cerca de 50 segundos de diferença umas das outras, transmitidas diretamente da Câmara de Monitorização Visual (VMC) a bordo do orbitador, a ESA preparou um pequeno filme animado que disponibilizou para visualização online.
Pelo meio, nota-se uma ligeira quebra, que reflete um intervalo de falha de dados, devido à chuva que se abateu sobre a estação terrestre da agência espacial europeia em Cebreros, Espanha. A interrupção, por sua vez, levou à perda das imagens, que os engenheiros ainda estão a tentar recuperar.
Pouco antes de ligação falhar e haver uma interrupção nas imagens, pode ver-se um pequeno pisco branco no bordo inferior de Marte. Na verdade, tal não acontece no planeta, mas sim por culpa do sensor, que aumenta a quantidade de luz que atinge os pixels nessa área, explica a ESA. “Normalmente, o processamento de imagem remove esses ruídos e manchas, mas nem sempre é possível”, acrescenta.
Apesar da interrupção, a transmissão revelou muitas características marcianas fascinantes, nomeadamente a calota polar sul, assim como o vulcão Arsia Mons, presente no lado esquerdo do planeta, apontas os cientistas europeus. Uma vez que o planeta está a aproximar-se da época de inverno, também é possível ver nuvens orográficas, comuns durante esta estação, que se formam à medida que a atmosfera sobe montanhas e encostas vulcânicas.
A Mars Express foi, não só a primeira missão da ESA a Marte, mas também o primeiro artefacto europeu a orbitar um qualquer planeta do Sistema Solar.
Lançada a 2 de junho de 2003, a sonda entrou na órbita em redor de Marte a 25 de dezembro do mesmo ano e começou a tarefa para a qual foi construída, com a ajuda de um pacote de oito instrumentos de última geração: estudar a atmosfera e o clima marcianos, desvendar a estrutura, mineralogia e geologia do planeta e procurar por sinais de água à superfície.
Apesar de um tempo estimado de vida ativa de apenas 687 dias terrestres (equivalentes a um ano em Marte), a Mars Express está no espaço há duas décadas tornando-se, inegavelmente uma das missões mais bem-sucedidas já enviadas ao Planeta Vermelho, alcançando todos os objetivos a que foi proposta.
Clique nas imagens para conhecer alguns dos marcos da Mars Express
A ESA fez as contas e nos últimos 20 anos a missão percorreu 1,1 mil milhões de quilómetros em mais de 24.000 órbitas de Marte. Com os seus dados, contribuiu também para a formação de mais de 170 alunos de doutoramento e para a publicação de mais de 1.800 artigos científicos.
De acordo com a ESA, a Mars Express vai continuar a observar o planeta Vermelho pelo menos até ao final de 2026, com uma extensão indicativa para apoiar a MMX, de 1 de janeiro de 2027 a 31 de dezembro de 2028, seguida por dois anos de pós-operações.
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