Ainda não havia internet e muito menos telemóveis quando a NASA deu início à missão Voyager com o lançamento de duas sondas gémeas: primeiro a Voyager 2, em agosto de 1977, e depois a Voyager 1, passado um mês.
As duas sondas foram enviadas com a principal missão de estudar de perto os quatro gigantes gasosos que orbitam o Sol, além do Cinturão de Asteroides: Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno.
Originalmente foram construídas para durarem apenas cinco anos e para recolherem só informação sobre Júpiter e Saturno, pois seria demasiado dispendioso prepará-las para visitarem também Úrano e Neptuno. De forma surpreendente, as duas sondas acabaram por durar (muito) mais do que o esperado e conseguiram fazer “o pleno” dos gigantes gasosos.
Voyager 1 e Voyager 2 cumpriram o seu desígnio com distinção e já deixaram as fronteiras do sistema solar há algum tempo, a primeira em 2012 e a segunda em finais de 2018. Ainda assim, a milhares de milhões de quilómetros de distância e com mais 40 anos de serviço, continuam a enviar dados para Terra daquilo que vão “vendo” lá longe.
Tudo tem corrido bem até que, há uns dias, a Voyager 2 se desligou sem razão aparente, deixando os engenheiros da NASA apreensivos. A sonda deixou de dar sinal a 25 de janeiro último, na altura em que teria de girar sobre si mesma, numa manobra para calibrar os instrumentos a bordo.
Isso não aconteceu e o sistema de segurança contra falhas acabou por ser acionado, suspendendo todo os instrumentos científicos e a transmissão com a Terra para compensar o deficit de energia.
Passados quatro dias, a equipa da agência espacial norte-americana avisava que o nível de energia da Voyager 2 tinha regressado ao normal e que os instrumentos estavam a funcionar.
A 6 de fevereiro último foi altura para confirmar que a comunicação com a Terra decorre sem problemas.
A Voyager 2 está, neste momento, a mais de 11,5 mil milhões de quilómetros do Planeta Azul, ou ao equivalente a perto de 124 unidades astronómicas (UA) - a distância entre a Terra e o Sol. Se tudo correr bem, deverá somar pelo menos mais cinco anos de vida aos quase 43 que já tem. Por este andar, não nos admiramos que chegue a “cinquentona”…
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