A possibilidade da realização de voos supersónicos sobre terra, banidos devido ao ruído ensurdecedor do estrondo sónico, ou "sonic boom", pode estar prestes a regressar. Esta semana, a equipa Skunk Works da Lockheed Martin, conhecida por ter desenvolvido aeronaves icónicas como o SR-71 Blackbird, realizou com sucesso o primeiro voo do seu novo avião de testes, o X-59.
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Esta aeronave é a peça central da missão Quesst da NASA, e o seu objetivo é o de voar a velocidades supersónicas sem gerar o estrondo sónico, um efeito que pode estilhaçar janelas e que levou à proibição de voos deste tipo sobre áreas habitadas.
O X-59 descolou de Palmdale, na Califórnia, tendo aterrado pouco tempo depois num centro de investigação da NASA, com a equipa que acompanhou a aeronave a confirmar que o voo inaugural decorreu na perfeição.
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O estrondo sónico impediu o sucesso comercial de aviões como o Concorde, limitando-os a voar apenas sobre o oceano. O X-59 foi desenhado para mudar este paradigma, graças ao seu design aerodinâmico, muito semelhante ao design utilizado pelo XB-1 da Boom Supersonic, que já realizou o seu primeiro voo supersónico silencioso com sucesso no início do ano.
A sua forma super-longa e pontiaguda foi concebida para cortar o ar de forma diferente. Em vez de gerar o violento "boom", esta geometria é capaz de converter o estrondo num som muito mais silencioso, um mero estalido audível.
Se a tecnologia for validada, a NASA poderá apresentar os dados às entidades reguladoras, usando-os como argumento para o levantamento da proibição de voos supersónicos sobre o continente. Este avanço pode abrir caminho para uma nova geração de aviões comerciais capazes de voar sobre continentes a duas vezes a velocidade do som, permitindo, por exemplo, fazer a rota Nova Iorque-Londres em cerca de três horas.
O primeiro voo do X-59 foi apenas um teste inicial de baixa velocidade. Nos próximos meses, os pilotos irão gradualmente levar a aeronave a velocidades mais elevadas, até finalmente quebrarem a barreira do som.
O passo crucial que se segue é o teste de reação comunitária, o que implicará que o X-59 tenha que sobrevoar cidades selecionadas nos Estados Unidos para medir como o público reage ao som. Se o estalido for de facto impercetível ou minimamente perturbador, os dados recolhidos poderão desimpedir o caminho para que as companhias aéreas comecem a desenvolver aeronaves supersónicas silenciosos até ao final da década.
Segundo Sean Duffy, administrador interino da NASA, citado em comunicado, a missão é clara: trata-se de "ir mais longe, mais rápido e mais silenciosamente do que nunca".
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