A tecnologia já foi apresentada em 2015, chegando a primeira impressora HP Jet Fusion 3D ao mercado em 2016. E desde então a marca já revelou dois novos modelos, mas guarda para meados deste ano o lançamento de mais novidades e novos materiais.
As Jet Fusion 3D 4210, 4000 e 3200 são equipamentos de grande porte, bem diferentes das impressoras domésticas 3D que nos últimos dois anos têm sido apresentadas numa lógica de aplicação "para todos". Na visão da HP o futuro passa por podermos imprimir o que quisermos, quando quisermos e onde quisermos, mas substituindo a prazo a ideia de impressoras industriais como ferramentas de prototipagem e assumindo o lugar de outras máquinas de produção.
José Correia, diretor geral da HP Portugal, explicou hoje, na apresentação da estratégia para Portugal, que o histórico da HP na área da impressão preparou a empresa para dar saltos mais rápidos no 3D. "A HP tem experiência de impressão que vai da impressora portátil a sistemas que podem imprimir 50 mil livros por dia", referiu numa conferência com jornalistas. "Se há uma entidade que pode estar na vanguarda somos nós", sublinha.
"A HP está atenta ao 3D há muito tempo e achamos que ninguém melhor do que nós pode pegar na experiência de muitos anos e colocar a impressão num novo patamar com o 3D e fazer parte desta revolução", destacou.
O diretor geral da HP Portugal admitiu que a empresa demorou mais tempo a entrar neste mercado, mas foi porque a tecnologia não estava ainda madura. E Inma Vazquez, Channel Manager para a Ibéria da HP 3D printing business, garante que este é o momento, e que as soluções que a empresa colocou no mercado já são competitivas com outras soluções industriais.
"Decidimos realizar um sistema mais rápido do que as tecnologias existentes e conseguir algo disruptivo, mas não para ficar no 3D como protótipos e séries curtas, mas chegar à manufatura de peças de plástico", explicou na apresentação realizada no HP Experience Center.
Como é que a HP vai conseguir competir com soluções industrializadas? Inma Vazquez tem a fórmula exata: é preciso ser mais rápido, ter um custo de produção por peça semelhante à manufatura tradicional e ser mais eficiente, com produção de peças que os sistemas tradicionais não conseguem alcançar.
Este é um mercado de 12 mil milhões de dólares que a HP quer abarcar e para o qual já tem uma oferta que é competitiva numa escala de produção de 55 mil peças. Mas a empresa vai lançar ainda este ano uma nova solução, a lançar em maio, que vai cobrir o segmento de menor volume de produção com 4 modelos de impressoras de custo entre 50 e 130 mil euros. E vai ter também novidades a nível dos materiais e peças com cor contínua.
Mais do que uma impressora acompanhada com algum software e templates de impressão, a HP quer dar aos seus clientes uma solução completa, que permita implementar de forma rápida um “laboratório” de impressão em 3D de qualidade, com produção rápida de protótipos e sem exigir grandes qualificações nem especialização para tirar partido do equipamento.
Segundo os dados partilhados, a impressão é 10 vezes mais rápida do que a conseguida com outras tecnologias de impressão 3D, também devido ao arrefecimento rápido das peças. E o custo por peça é também mais baixo do que o obtido com processos de FDM (Fused Deposition Modeling) e SLS (Selective Laser Sintering).
Primeiro parceiro avança em Portugal
Grande parte da estratégia da HP nesta área passa por desenvolver um ecossistema de parcerias, que vai da implementação das impressoras em parceiros, que fazem a comercialização do serviço, mas também na definição do formato dos ficheiros, na componente de software, onde o consórcio 3MF está a definir um novo formato para ter mais controle sobre algumas definições das peças finais, nomeadamente da cor, comportamento e rugosidade.
Na comercialização das soluções a HP já conta com 65 parceiros a nível global e em Portugal o primeiro revendedor de impressão é a 3DEver, que tem já uma máquina a funcionar na Marinha Grande.
Os casos de utilização começam a multiplicar-se e há vários exemplos entre empresas industriais em vários sectores de mercado.
"Queremos acelerar a transformação [...] temos de ampliar o breakeven point e baixar o custo das peças para sermos mais competitivos", justifica Inma Vazquez que acredita que o novo roadmap de soluções definido pela HP, com a entrada de novos materiais, incluindo metal, pode contribuir para alargar mais este mercado.
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