Passou um ano desde que Elon Musk comprou o Twitter e a rede social entrou numa roda viva de polémicas e novidades que mudaram as características do serviço e até o nome, muitas vezes com algumas críticas à mistura e sempre com a rede social nas primeiras páginas da atualidade tecnológica.

No perfil oficial da agora X é tempo de assinalar o aniversário com esta publicação: “Preparem-se para abrir o champanhe porque hoje faz um ano”. Na mesma publicação enfatiza-se que nos últimos 12 meses foram lançadas mais de 100 novas funcionalidades, a maioria desenhadas a partir do feedback dos utilizadores “dando a todos a oportunidade de participar, sugerir ideias e ajudar-nos a melhorar”.

Fica ainda a promessa de que “muito mais está para vir” com o objetivo simples de “fazer do X o site mais fixe e mais agradável da internet”. Atingir a marca passa por “maximizar as oportunidades de crescimento dos criadores de conteúdos, permitir conversas melhores/mais autênticas e dar-te mais ferramentas para te expressares”.

A mensagem termina com um agradecimento aos utilizadores e um obrigado a quem está na X, mas a verdade é que nem tudo tem sido sintonia e apoio às ideias que transformaram a X ao longo do último ano e os resultados alcançados também não têm sido sempre os esperados pelo multimilionário. Ou pelo menos não na velocidade que este provavelmente gostaria.

Uma análise da Fidelity, em agosto, mostrava que o valor das ações do Twitter caiu 61,43% nos dez meses anteriores, ainda que a empresa já não tenha títulos cotados em bolsa. Essa foi uma das alterações com a entrada de Elon Musk e a compra da companhia por 44 mil milhões de dólares. O capital da empresa continua, no entanto, a ter interesses repartidos pelos fundos de investimento que financiaram a operação.

Outros dados compilados pela Axios mostram que o número de downloads da aplicação caiu 38% entre outubro de 2022 e setembro deste ano, segundo estimativas da Sensor Tower. O número de utilizadores ativos da plataforma terá caído 14,8% a nível global e 17,8% nos Estados Unidos, de acordo com dados da SimiliarWeb. O próprio Musk indicou há algumas semanas que o negócio de publicidade da empresa caiu 60% nos Estados Unidos.

Antes da proposta de compra do Twitter já se brincava com o tema na internet

Os resultados financeiros do Twitter sempre foram a grande pedra no sapato da rede social e um dos grandes motes de Musk para comprar a rede social: alterar uma estratégia que, na sua opinião, não tinha condições para tornar a plataforma rentável. Nisso, Musk estava certo. Em toda a sua história o Twitter só apresentou lucros uma vez, até ser comprado pelo empresário.

O que o tempo acabou por mostrar é que não é fácil inverter o balanço da rede social, mesmo cortando para um terço o número de colaboradores em todo o mundo, descartando serviços pouco usados e passando a cobrar pelas subscrições. Pelo menos, não tão depressa como podia parecer.

Em Março, Musk previu que a companhia pudesse ter um cash-flow positivo já no segundo trimestre, uma expectativa que não se confirmou. A entretanto eleita CEO da rede social, Linda Yaccarino, também disse em agosto que a X estava muito perto de atingir o break even, mas algumas semanas mais tarde reviu essa meta para o início de 2024.

Ao longo do último ano muitas notícias marcaram a atualidade envolvendo o nome Twitter e mais recentemente a da X. Hoje recuperamos algumas das principais, lembrando que a nova história da vida do Twitter/X começou a escrever-se meses antes da aquisição da plataforma que, na verdade, podia nem ter acontecido….

Elon Musk anunciou a oferta de aquisição do Twitter em abril, com planos para fazer da plataforma uma “app para tudo”, já depois de ter comprado quase 10% do capital da empresa.

Alguns dos memes que assinalaram a compra do Twitter

A administração da empresa posicionou-se contra a venda, mas acabou por mudar de ideias… e Musk também, mas no sentido inverso. O milionário quis anular a proposta alegando que não tinha tido acesso a informação crítica para avaliar o valor da rede social.

Musk não conseguiu reverter a proposta de compra da rede social e a compra concretizou-se no final de outubro. Meses depois, o multimilionário continua a reconhecer que a decisão não foi a melhor.

Sempre quase em direto no Twitter, Musk mostrou-se a entrar pela primeira vez na sede da rede social em São Francisco determinado a “partir a loiça”, de lavatório em punho, um dia antes do negócio ser oficialmente confirmado

A onda de despedimentos que se seguiu à tomada de posse da nova gestão da empresa foi o primeiro sinal de que a mudança seria de facto grande na nova vida do Twitter. Depois dos despedimentos vieram muitas outras medidas que estenderam os cortes, basicamente a todas as áreas.

O plano de criar uma versão paga da rede social era antigo mas nem estava bem definido nem era ainda global. Passou a ser, mas não foi à primeira que o Twitter Blue chegou a todo o mundo.

Outro ponto forte da estratégia de monetização da plataforma, ligado ao modelo de subscrições, passava por valorizar a autenticação de contas. A equipa liderada por Musk convenceu-se que este seria o trunfo para obrigar as marcas a investirem no Twitter para chegar aos potenciais clientes, mas teve de fazer muitos ajustes ao plano inicial.

Os avanços e recuos na atribuição dos selos azuis, que validam a identidade das contas é um exemplo.

Outra mudança deste primeiro ano de Twitter/X com Elon Musk foi na gestão da empresa. Embora muitos digam que Musk continua a ter um papel decisivo nas decisões diárias da empresa, para não dizer mais, o empresário perguntou na rede social se devia entregar a função de CEO a outro gestor. Os internautas disseram que sim e, meses depois, a vontade foi satisfeita, com a nomeação de Linda Yaccarino para o cargo

Em julho, o Twitter deu mais um passo decisivo rumo a sua nova vida, com a mudança de nome da X, uma alteração que voltou a dar que falar na internet…em palavras e em memes.

A internet assinalou com humor a mudança de nome do Twitter, para X

Entretanto, os ajustes para otimizar a monetização da rede social e reduzir o impacto dos bots continuam. Uma das últimas novidades reveladas foi o plano para passar a disponibilizar dois modelos de subscrição. O mais barato pretende, sobretudo, ajudar a diminuir o impacto das contas falsas e spam na X. Ao mesmo tempo, seguem os planos para continuar a abrir caminho a novos serviços e à atração de novos públicos, em áreas como o gaming, por exemplo.