Novos cálculos feitos pelos especialistas da NASA e da ESA mostram que houve poupanças significativas no “arranque” do telescópio espacial James Webb, a partir da Guiana Francesa, o que vai permitir à missão prolongar-se por mais tempo do que os cinco a 10 anos definidos à partida.
Depois de um lançamento classificado como "absolutamente perfeito", foi analisada a trajetória inicial do telescópio espacial, calculando-se que James Webb possa ter combustível suficiente para prolongar as suas atividades científicas em órbita.
A análise mostrou que o observatório usou menos propulsante do que o planeado inicialmente para corrigir a trajetória em direção à sua órbita final em torno de L2, refere a ESA. Tal facto, adicionado à poupança registada no arranque, poderá levar a missão a durar “por bem mais do que os 10 anos de vida útil estimada”.
Há, no entanto, outros fatores que podem afetar a duração da operação. O novo telescópio precisa de propulsão não apenas em alguns pontos de sua jornada, mas também periodicamente para corrigir e manter corretamente a órbita, bem como de orientação. Quando o combustível acabar, já não será possível continuar a fazê-lo e a missão terminará.
James Webb é o maior telescópio espacial de infravermelhos alguma vez construído, com um espelho de principal de 6,5 metros. Vai estudar as diversas fases da história do universo à procura de respostas para a origem da vida ou sobre a formação das primeiras galáxias.
No total, serão quatro as áreas de trabalho: a luz das primeiras estrelas, a formação de galáxias no início do universo, o nascimento de estrelas e sistemas protoplanetários e planetas, e as origens da vida.
Recorde o lançamento do James Webb Space Telescope na galeria de imagens
A ESA criou um vídeo onde são explicados todos os passos da viagem espacial que James Webb iniciou a 25 de dezembro último, depois de vários adiamentos e de, inicialmente, ter tido lançamento previsto para 2007.
O novo telescópio espacial só ficará completamente operacional para começar a dar respostas às perguntas da comunidade científica daqui a cerca de seis meses. Por agora está numa “dança mecânica”, enquanto muda lentamente de forma, descompactando o seu escudo solar de cinco camadas.
Sem essa barreira, do tamanho de um campo de ténis, o telescópio não vai conseguir atingir as baixas temperaturas necessárias para que seus espelhos e instrumentos funcionem corretamente. Se tudo correr bem, James Web deverá assumir o seu aspeto final nos próximos dias.
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