Um conjunto de empresas tecnológicas chinesas desenvolveu uma nova forma de contornar as políticas de privacidade da Apple. Porém, o projeto acabou por não vingar, simbolizando uma vitória para a empresa da maçã e para a sua estratégia de privacidade, cuja implementação tem sido particularmente difícil na China, um país que corresponde a cerca de 15% das suas receitas, e cujo historial tem sido marcado por uma série de concessões feitas para irem ao encontro das solicitações do governo.

O grupo de tecnológicas chinesas, liderado pela Baidu, Tencent e ByteDance, trabalhou em parceria com uma entidade ligada ao governo de Pequim, a China Advertising Association (CAA), para desenvolver uma forma de substituir o sistema de códigos IDFA da Apple.

O novo sistema de monitorização de iPhones para fins de publicidade, chamado CAID, permitiria às empresas identificar os utilizadores e, depois de ter sido desenvolvido ao longo do ano passado, foi testado durante vários meses antes de ser lançado em março.

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O sistema da Apple, que tem vindo a ser escrutinado nos últimos anos, gera um código de identificação para cada iPhone, que recolhe informação acerca das atividades dos utilizadores, a qual é usada para fins de publicidade direcionada. Com a chegada do iOS 14.5, a Apple passou a dar aos utilizadores uma forma de se protegerem contra a monitorização feita por aplicações.

A Apple manteve a sua posição contra o sistema desenvolvido, bloqueando as atualizações a várias aplicações chinesas que incluíam o CAID. De acordo com fontes a que o Financial Times teve acesso, após a retaliação da gigante de Cupertino, o apoio ao sistema desenvolvido na China começou a desvanecer e o todo o projeto acabou por cair por terra.

Embora não mencione especificamente o CAID, a Apple indicou, em declarações ao website, que os “termos e condições da App Store se aplicam de forma equitativa a todos os developers pelo mundo” e que “as aplicações que não têm em conta o interesse e escolhas dos utilizadores serão rejeitadas”.

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Curiosamente, não é claro se todos os grupos envolvidos no projeto tinham noção de que o CAID violava as políticas da Apple. Os porta-vozes de algumas das empresas em questão deram a conhecer que acreditavam que o CAID era aprovado pela gigante de Cupertino e a própria CAA, cujo website ainda conta com informação acerca do sistema, terá indicado que estava a comunicar ativamente com a empresa.

Caso o projeto tivesse vingado, as suas repercussões iriam além da Apple. Ao que tudo indica, a estratégia do grupo de empresas tecnológicas passaria também por criar uma versão alternativa para Android.

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