A hipótese tinha sido avançada logo no início das sanções dos Estados Unidos à Huawei, até porque na altura a empresa chinesa já estava a desenvolver o seu próprio sistema operativo, que se chegou a chamar Hong Meng. Mas este foi sempre um plano B, e durante os últimos longos meses da "guerra" com a administração de Trump para conseguir ultrapassar as sanções comerciais impostas, a Huawei tem mantido a versão aberta do Android nos novos lançamentos de smartphones, com a melhoria dos seus Huawei Mobile Services, e "redesenhado" alguns equipamentos antigos que ainda usavam os Google Mobile Services.
Richard Yu, diretor executivo e CEO da área de consumo da Huawei, confirmou hoje na conferência anual de developers, que está a decorrer, que em 2021 a empresa vai mesmo passar a usar o HarmonyOS nos seus smartphones, e que já em dezembro vai disponibilizar uma versão beta aos programadores. A disponibilização do HarmonyOS 2.0 é gradual e vai chegar primeiro às TVs e relógios, sendo disponibilizada já a partir de hoje para estes equipamentos. Mesmo assim não traçou uma linha definitiva de abandono ao Android, como chegou a ser especulado.
O responsável pela área de consumo da Huawei diz que o HarmonyOS é diferente do Android e do iOS pela sua capacidade de escalar em diferentes tipos de equipamentos. "Podem desenvolver as aplicações uma vez e depois multiplicá-las de forma flexível numa gama alargada de diferentes equipamentos", afirma, destacando o framework de UX adaptativo "num piscar de olho".
O sistema operativo é aberto e pretende alargar ainda mais o cenário de conetividade a dispositivos inteligentes dentro de um mesmo ecossistema. A versão aberta vai ser disponibilizada gradualmente, com um roadmap bem definido que começa em equipamentos
O caminho de desenvolvimento de um ecossistema Huawei
"Nos últimos 9 anos temos vindo a desenvolver a marca Huawei, com o desenvolvimento de produtos de grande qualidade, e de 2016 a 2019 construímos uma marca premium, começando a desenvolver um cenário de ecossistema inteligente, o 8 + 1", explicou Richard Yu, numa introdução sobre o percurso da empresa onde referiu também o crescimento da empresa que já chegou a número 1 no mercado global.
O Huawei Mobile Solutions (HMS) já é o terceiro maior ecossistema móvel do mundo, com mais de 800 parceiros e 50 milhões de utilizadores, números que têm sido partilhados pela empresa que tem feito um esforço de aproximação à comunidade de desenvolvimento e portado muitas das apps mais populares para a sua AppGallery, tendo também desenvolvido o Petal Search para que os utilizadores encontrem aplicações noutras lojas para instalar nos seus smartphones.
Na sequência do desenvolvimento do ecossistema, a Huawei desenvolveu o HarmonyOS, que vai agora avançar para a versão 2.0, como explicou o diretor executivo da empresa, detalhando as vantagens do sistema. Ainda assim a empresa continua a trabalhar na sua versão do EMUI baseada em Android e anunciou o EMUI 11, que traz várias alterações e melhorias no interface. Foi também anunciado hoje o HMSCore 5.0 a plataforma de serviços para os programadores que tem agora 56 kits e perto de 2 mil APIs em 7 categorias de serviços.
A situação tem vindo a complicar-se para a Huawei e depois de vários prolongamentos sucessivos das autorizações para que as empresas norte americanas continuassem a negociar com a Huawei, em Agosto a administração de Trump não renovou o compromisso, e os efeitos já se estão a fazer sentir em termos do acesso a vários componentes fundamentais, como os chips e ecrãs, existindo já notícias de que a Samsung e a LG podem deixar de fornecer displays à empresa chinesa. Richard Yu não abordou o tema na conferência de developers, como seria de esperar.
Nota da Redação: A notícia foi atualizada com mais informação durante a conferência. Última atualização 10h48
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