O mercado de smartphones da China Continental cresceu 10% no segundo trimestre de 2024, relativamente ao segundo trimestre do ano passado, anunciou a Canalys. As vendas ultrapassaram as 70 milhões de unidades. No entanto, o destaque vai para as marcas chinesas que ocupam, pelo primeiro trimestre na história, as cinco primeiras posições da tabela de vendas, referem os analistas.
As estratégias das fabricantes chinesas, mais focadas nos topo de gama, mas também o aumento da colaboração com os retalhistas locais estão a dar resultados, diz o analista de mercado da Canalys, Lucas Zhong. Dá o exemplo do “mais recente Magic V3 da HONOR, que tira partido da GenAI, e melhorou significativamente a experiência de utilização dos dispositivos dobráveis”. Acrescenta que a incorporação de tecnologias de IA Generativa em produtos e serviços está a ser liderada por marcas como a Huawei, a Honor, a Oppo e a Vivo.
No segundo trimestre de 2024, o mercado de smartphones na China é liderado pela Vivo cujas vendas cresceram 15% para 13,1 milhões de unidades (19% do mercado do total do mercado). As vendas aumentaram devido ao forte desempenho dos canais físicos e vendas significativas online no âmbito do 618, o festival de ecommerce chinês. A Oppo manteve o segundo lugar com 11,3 milhões de unidades vendidas, alavancado pelo lançamento da nova série Reno 12.
A Honor ocupa a terceira posição com 10,7 milhões de unidades, mais 4% do que no trimestre anterior. A Huawei acompanha-a bem perto, ocupando quarta posição com vendas de 10,6 milhões de unidades, embora o crescimento tenha abrandado. Finalmente, a Xiaomi cresceu 17%, reentrando no top 5 chinês. Para este aumento poderá ter contribuído o forte marketing relacionado com o primeiro carro elétrico da marca, o SU7, que terá chamado a atenção dos utilizadores para diferentes modelos de smartphones da marca, incluindo o K70.
A tendência de quebra da norte-americana Apple manteve-se, embora as vendas tenham agora reduzido ligeiramente (-2%) correspondendo a uma quota de 14%. “A Apple está a enfrentar um estrangulamento na China continental”, explica Lucas Zhong.
Os resultados do primeiro trimesntre, revelados pela Counterpoint para o mercado chinês, já apontavam para as tendências agora assinaladas pela Canalysis.
De uma perspetiva global, os resultados mais recentes revelam que as vendas mundiais de smartphones cresceram 6,5% em comparação ao ano passado. A liderança mundial continua a pertencer à Samsung, mas o maior crescimento pertence à Xiaomi. A empresa que chegou agora ao top 5 chinês (+17%), viu as suas vendas aumentarem 27% globalmente, avançou há dias a IDC.
O mercado chinês está a alinhar-se com a velocidade de recuperação global, explica o analista da Canalys, Amber Liu. As vendas foram impulsionadas do lado da oferta em iniciativas como o 618, o festival de consumo chinês. Foi criado pela JD.com, uma das principais plataformas de ecommerce na China, em 2010, e foi batizada em celebração do dia 18 de junho (6/18), a data de fundação da JD.com.
Além desse dia de vendas, muitas plataformas de comércio eletrónico e as fabricantes de smartphones anteciparam o ciclo promocional de descontos e promoções. As marcas com leques de oferta mais abrangentes, como a Huwaei e a Xiaomi, estão a aumentar também as suas vendas nos canais físicos, o que se traduz no aumento dos parceiros e no incremento das vendas cruzadas de produtos nos seus ecossistemas, explica o analista.
“O crescimento no segundo trimestre sinaliza uma normalização gradual do mercado, mas ainda esperamos uma recuperação modesta de um dígito para o ano”, disse Toby Zhu.
É preciso estar atento a três aspectos que podem ter impacto no mercado no segundo semestre. Em primeiro lugar chegará ao mercado o HarmonyOS Next da Huawei, que a fornecedora pretende posicionar como o terceiro grande sistema operativo móvel a par do Android e do iOS. Em segundo lugar, as marcas chinesas vão continuar a investir em infraestruturas de IA enquanto vantagem competitiva, desenvolvendo modelos internos e criando aplicações de IA. Finalmente, Toby Zhu chama a atenção para a concorrência interna que está a contribuir para a internacionalização das marcas chinesas que deverão chegar a novos marcos assinaláveis globalmente, durante o resto do ano.
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