Este mês já se registaram sete incidentes, número que faz subir para 11 os "encontros" reportados entre drones e aviões, normalmente registados na vizinhança de aeroportos comerciais ou nos corredores aéreos de aproximação, já na fase final de aterragem. Estes dispositivos apresentam-se a 400, 700, 900 ou a 1.200 metros, altitudes claramente fora dos limites impostos pela lei, e considerados perigosos para a aviação civil.

Albano Coutinho, presidente da NAV Portugal, explicou hoje à Agência Lusa que apesar do regulamento da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), e de estar em estudo a nível europeu o registo, a certificação e a divisão por categorias dos drones, e que devem "por mais ordem" nesta atividade,  é importante trabalhar na consciencialização dos operadores e proprietários destes aparelhos.

Europa quer novos limites ao uso de drones para aumentar segurança na aviação
Europa quer novos limites ao uso de drones para aumentar segurança na aviação
Ver artigo

"É preciso salientar, e as pessoas terem consciência de que, mesmo com essas ferramentas, nomeadamente o registo e tudo aquilo que possa ser feito a nível legislativo para regular, se continuar a haver pessoas que preferem estar fora da lei e não cumprir com aquilo que está determinado, os problemas vão continuar a acontecer. E essa é que é realmente a questão, neste momento", defende o presidente da NAV.

O presidente da NAV Portugal recorda que o regulamento da ANAC está em vigor desde janeiro deste ano, e proíbe o voo destes aparelhos a mais de 120 metros de altura e nas áreas de aproximação e descolagem dos aeroportos.

A NAV está a trabalhar com as autoridades uma forma de evitar a repetição de incidentes como os que se registaram com mais frequência no último mês. O mais recente aconteceu na tarde desta segunda-feira quando um avião da companhia aérea Ryanair, proveniente do Porto, se cruzou com um drone quando sobrevoava a zona entre a Praça de Espanha e Sete Rios. O drone estava a cerca de 500 metros de altitude.

Segundo o mesmo responsável, as pessoas têm de perceber o perigo desta atividade, e alegar desconhecimento das regras não é uma possibilidade válida, já que foi feita uma campanha nacional para apresentar o regulamento e sensibilizar os utilizadores de drones, informação que está disponível no site voanaboa.pt, onde se pode consultar também as zonas permitidas e proibidas a estes aparelhos.

Recorde-se que esta semana o presidente da TAP, Fernando Pinto, admitiu à TSF que se surgirem novos incidentes poderá gerar-se um clima de tensão entre a aviação civil e os operadores de drones.