A crise dos semicondutores continua a fazer-se sentir em praticamente todas as indústrias tecnológicas, dos automóveis aos computadores. Mas até agora, as fabricantes de smartphones têm conseguido gerir a falta de componentes devido à grande quantidade de stock adquirido em antecipação. Normalmente, as encomendas das fabricantes visam stock para os seis meses seguintes.

Mas chegou a altura em que as marcas não conseguem repor esse mesmo stock, e começam a ter dificuldades em garantir o lançamento de novos produtos. Veja-se a Huawei, por exemplo, que tem vindo a adiar o novo P50 pela incerteza do acesso dos componentes, que no seu caso é ainda mais agravado devido ao embargo dos Estados Unidos. Para já, a data de lançamento é no dia 29 de julho, mas provavelmente longe do lançamento global que estamos habituados de ver.

Os analistas afirmam que as limitações de acesso aos semicondutores começam a abrandar a entrega dos componentes. E como se isso não bastasse, os respetivos preços também estão a aumentar significativamente. Muitas fabricantes terão mesmo de cortar a produção e adiar o lançamento de novos equipamentos. O The Wall Street Journal afirma que a Samsung, a líder mundial no fabrico de smartphones, está a ter problemas no acesso a componentes, o que contribuiu para uma esperada quebra de 20% na produção de equipamentos, em comparação com o trimestre anterior. A Google disse que o seu Pixel 5a 5G apenas vai ser lançado nos mercados dos Estados Unidos e Japão.

A publicação aponta ainda a subida de preço dos smartphones como consequência, dando o exemplo do Redmi Note 10 da Xiaomi, que foi lançado na Índia por 161 dólares em março. Atualmente o smartphone custa 174 dólares, o que significa um aumento de 8% do preço original. A marca lançou o Mi 11 Ultra no mesmo país em abril, mas as vendas foram adiadas, e apenas este mês ficou disponível.

A prioridade são os smartphones topo de gama, com os modelos premium da Samsung a contornarem o problema. Mas sobretudo os equipamentos da Apple, que contribuem com um sexto das vendas anuais de smartphones. Isso deve-se à grande influência da gigante de Cupertino nas linhas de produção.

Depois da crise de 2020 imposta pela pandemia da COVID-19 e respetivas medidas de isolamento, esperava-se que 2021 fosse um ano de recuperação, sobretudo depois do início das campanhas de vacinação a nível global. E o mercado reagiu bem no primeiro trimestre do ano, registando um crescimento de cerca de 20% face ao mesmo período de 2020 e ainda 4% relativo aos primeiros três meses de 2019, ou seja, um período pré-pandemia, segundo dados da Counterpoint Research, referido pelo WSJ.

Mas apesar da procura, a distribuição de smartphones vai cair 10% no segundo trimestre face ao primeiro, esperando-se uma nova recuperação para o terceiro e quarto período do ano. Os analistas estimam o lançamento de 771 milhões de smartphones para o segundo semestre do ano, num crescimento de 1,3% relativo à segunda metade de 2020. No entanto, espera-se que o preço dos smartphones aumente, como medida das fabricantes compensarem a subida de preço dos componentes. Estima-se que o preço global dos smartphones tenha aumentado 5% neste segundo trimestre de 2021.

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