Por ocasião do Dia Internacional dos Resíduos Elétricos, que se celebra a 14 de outubro, o Eletrão vai montar junto à Casa dos Bicos, em Lisboa, uma instalação de vários aparelhos usados, convidando a população a "ligar-se" à ideia de reciclar os materiais inutilizados.
"Estes cabos contêm cobre, material crítico na Europa, numa altura em que se prevê que a procura deste elemento aumente seis vezes até 2030, para satisfazer as necessidades de setores estratégicos como as energias renováveis, a indústria, comunicações e defesa", afirma a associação, em comunicado hoje divulgado.
Os cabos são um dos tipos de equipamentos "invisíveis", a temática que serve de mote à 6.ª edição do Dia Internacional dos Resíduos Elétricos.
Os designados equipamentos elétricos invisíveis são aparelhos de pequena dimensão que funcionam com baterias, fichas ou cabos, mas que dada a pequena dimensão são frequentemente desvalorizados e incorretamente depositados no lixo.
"Isto acontece também com comandos, carregadores, auscultadores, pen usb, cartões de memória, cartões Multibanco, lâmpadas, escovas de dentes elétricas, relógios, entre outros objetos", referiu a associação, exemplificando que mais de 7,3 mil milhões de brinquedos elétricos, como automóveis, comboios, objetos musicais, bonecos e drones foram transformados em resíduos, no ano passado, o equivalente, em média, a um brinquedo por cada pessoa em todo o mundo.
"As pessoas têm dificuldade em identificar estes pequenos equipamentos como aparelhos elétricos e guardam-nos no fundo das gavetas ou colocam-nos no lixo indiferenciado, o que significa que acabam muitas vezes depositados em aterro ou incinerados, contribuindo para o aumento das emissões. Se estes equipamentos forem reciclados, é possível reaproveitar os materiais reintegrando-os na economia e evitando a extração de novas matérias-primas", sublinhou o diretor-geral do Electrão, Ricardo Furtado, citado no comunicado.
Apesar de não estarem visíveis, os cabos contêm matérias-primas críticas, consideradas cruciais para a transição digital e ecológica, servindo para a produção de novos equipamentos elétricos. "A correta reciclagem dos equipamentos invisíveis permitiria a recuperação anual de matérias-primas críticas na ordem dos 10 milhões de euros", lê-se no documento.
Os equipamentos elétricos são os resíduos que registam o maior crescimento a nível mundial. Além das matérias-primas críticas contêm várias substâncias perigosas, como o chumbo, o mercúrio, o cádmio e os retardadores de chama, que podem contaminar o solo e as fontes de água, poluindo os ecossistemas e colocando em risco a saúde humana.
O ritmo da produção destes resíduos continua a crescer "de forma alarmante" e os dados sobre o descarte incorreto são "cada vez mais preocupantes", defendeu a associação. De acordo com as Nações Unidas, só este ano, serão gerados oito quilos de resíduos de equipamentos elétricos por pessoa, a nível global, o que significará um total de 61,3 milhões de toneladas.
Na Europa, 55% dos resíduos elétricos são oficialmente recolhidos, mas, segundo dados das Nações Unidas, noutras partes do mundo as taxas de reciclagem rondam apenas os 17%.
Até 17 de outubro, será possível deixar pequenos equipamentos elétricos para reciclagem no Largo José Saramago, junto à Casa dos Bicos, no âmbito da iniciativa agora apresentada, que inclui visitas de escolas e uma sessão pedagógica de perguntas e respostas.
A 6.ª edição do Dia Internacional dos Resíduos Elétricos, a que o Electrão se associa, é promovida pela associação internacional que representa entidades gestoras de resíduos elétricos, o WEEE Forum.
O Electrão - Associação de Gestão de Resíduos é a entidade responsável por três dos principais sistemas de recolha e reciclagem de resíduos: embalagens, pilhas e equipamentos elétricos usados.
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