Não há dúvidas, e pensando, por exemplo, nas primeiras televisões e nos primeiros telemóveis, que os avanços tecnológicos têm permitido que os equipamentos sejam cada vez mais pequenos. Desta vez, cientistas da Universidade de Washington criaram uma câmara wireless de tal forma pequena que pode ser colocada nas costas de um besouro. O peso? 248 miligramas.
A investigação foi publicada a 15 de julho, e a câmara mostrou que pode girar 60 graus enquanto transmite o vídeo em preto e branco para um smartphone, isto tudo nas costas de um besouro. Através da tecnologia Bluetooth, o limite máximo de distância é de 120 metros.
Em entrevista ao Business Insider, Vikram Iyer, um dos autores do artigo, garante que a equipa trabalha nesta investigação desde final de 2018. Mas porquê criar GoPros para besouros? "Além de parecer algo de um filme de ficção científica, este pequeno sistema de visão wireless é um passo importante para miniaturizar robots", explica Vikram Iyer.
A verdade é que as câmaras dos smartphones são muito mais pequenas do que aquelas montadas pelos investigadores nas costas dos besouros. No entanto, não são wireless no sentido em que estão ligadas a componentes maiores de hardware.
"Enquanto os chips das câmaras que temos em equipamentos como os nossos telemóveis são pequenos, ainda têm baterias e processadores muito grandes", disse Vikram Iyer. E, na opinião do investigador, os avanços na redução do tamanho de câmaras wireless podem trazer enormes benefícios para a robótica.
"Quando falamos sobre robots realmente pequenos, do tamanho de um cêntimo, a visão wireless torna-se bastante desafiadora devido a questões de energia e de peso", refere. Porém, o cientista acredita que "permitir que pequenos robôts ´vejam` pode ser útil para todo o tipo de tarefas, como de explorar canos e outros espaços confinados".
Vikram Iyer acredita até que as câmaras montadas em insetos vivos poderiam ter os seus próprios benefícios aplicáveis no mundo real. "Como os insetos são muito melhores a armazenar energia, podem andar por horas, ao contrário dos robots criados pelo homem, e abrem o potencial de usá-los para recolher dados em locais como ´quintas inteligentes`", disse ele.
A razão por detrás da escolha dos besouros como os "carregadores" das câmaras deve-se ao facto de os cientistas acreditarem que estes insetos teriam a força necessária para transportar o equipamento. Por outro lado, e não menos importante, os besouros não mordem nem picam.
No futuro, este sistema pode ser colocado noutro tipo de animais, desta vez mais assustadores. "Definitivamente que poderíamos colocar a câmara noutros insetos, que possam suportar o seu peso, e estamos a explorar a ideia de o fazer em aranhas ou mariposas".
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