Em Portugal há poucas iniciativas com impacto na educação pré-escolar e básica que levem jovens para a área da Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, conhecidas pela sigla STEAM, resultante dos respetivos nomes em inglês. Este género de iniciativas deveria concentrar-se no ensino secundário e universitário, idades decisivas nas tomadas de decisão profissionais, mas nem aí o país apresenta números positivos.
As conclusões são do SWC Annual Report que revela ainda que o maior número de iniciativas STEM é registado a nível profissional e que Lisboa e Porto são, quase exclusivamente, as regiões que recebem o impacto de todas as ações, sendo “crucial expandir estes esforços para outras regiões do país”, aconselha-se.
Segundo o STEM Women Congress, responsável pelo relatório, dos 30 programas desenvolvidos em 2023 nestas áreas, 15 programas para encorajar e inspirar crianças e jovens a optarem por estudos em STEM apenas impactaram 1,26% da população total de 1,3 milhões de raparigas e rapazes, uma percentagem que é “obrigatório melhorar”.
Metade das iniciativas inquiridas focam-se na promoção e sensibilização para os estudos científicos e tecnológicos entre raparigas e rapazes, no entanto, foram identificados apenas quatro programas que atuam na infância.
Pela positiva, o estudo indica que 73% das iniciativas STEM usam fontes de financiamento públicas ou mistas (53% mistas e 20% públicas), enquanto apenas 27% usam unicamente capital privado. Isto contrasta com o segmento focado na carreira, onde quase metade das iniciativas têm financiamento privado.
As conclusões foram divulgadas no STEM Women Congress Lisboa (SWC) 2024, que decorreu a 24 de outubro, com o habitual objetivo de debater a participação das mulheres no mundo da ciência e tecnologia.
Esta foi a primeira vez que o SWC Annual Report, um estudo que reúne os dados de atividades e programas que desenvolvem iniciativas que promovem a igualdade de género nas áreas STEM, abrangeu dados sobre Portugal. As conclusões gerais do relatório para todos os países indicam que “é essencial continuar a recolher e a reportar dados sobre inclusão e diversidade no campo STEM”, refere-se em comunicado.
O relatório completo está disponível para download.
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