Em muitos lugares do mundo, quando olhamos para o céu já não conseguimos ver estrelas. A poluição luminosa esconde a visão de estrelas, planetas e galáxias e é preciso procurar lugares mais remotos para fazer uma boa observação. Mas até essa está ameaçada pelas constelações de satélites de órbita baixa, como os da Starlink.
São várias as iniciativas que têm sido desenvolvidas para promover o acesso ao céu noturno, e combater a poluição luminosa, e a União Astronómica Internacional criou este ano um centro para a proteção do céu escuro e calmo, sem interferências de constelações de satélites, que vai coordenar os vários esforços internacionais de forma a garantir que a humanidade continue a desfrutar do céu noturno e que os cientistas possa fazer observações ópticas e de rádio astronomia.
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A poluição luminosa tem sido apontada como um risco para a ciência mas também para a saúde humana e dos animais, afetando o relógio natural. Um grupo de investigadores que revelou como o corpo humano precisa de ritmos naturais de luz do dia e escuridão à noite para se manter saudável, recebeu em 2017 o Prémio Nobel da Medicina, fazendo a ligação posterior ao aumento de determinado tipo de cancros.
Muitos animais migratórios usam as estrelas e a via láctea para orientar as suas migrações e também estes estão a ser afetados pela progressiva poluição luminosa.
Os cientistas avisam também para a proliferação de satélites que já se contam em milhares e com constelações a serem desenvolvidas para aumentar ainda mais este número. Projetos como a Starlink da SpaceX preveem a colocação de dezenas de milhares de satélites em órbitas entre os 500 e 1000 quilômetros de altitude que refletem a luz solar e interferem nas observações astronómicas e em telescópios de radiofrequências.
No site do centro criado pela União Astronómica internacional pode ficar a saber mais sobre este tema e acompanhar os desenvolvimentos da proteção do céu noturno.
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