O novo smartphone que a Huawei acaba de lançar vem trazer uma lufada de ar fresco na gama média de smartphones, direcionada a um público mais jovem que quer ter o melhor da tecnologia mas a um preço mais acessível. O Huawei Nova 9 combina a inovação que a marca tem vindo a desenvolver para as linhas P e Mate e destaca-se em algumas áreas, como o SAPO TEK já teve oportunidade de comprovar numa curta experiência de utilização do equipamento.

Mais fino e leve que outros smartphones do mesmo segmento, com 7,7mm de espessura e 175 gramas numa diferença que se sente logo quando se pega no equipamento, o Nova 9 distingue-se com um design elegante, onde salta à vista o modo escolhido para a arrumação das câmaras fotográficas traseiras.

A Huawei já experimentou colocar as lentes alinhadas e em círculo, com localizações mais centradas ou mais “encostadas” à lateral da traseira do telefone, e neste smartphone as quatro câmaras têm um espaço dedicado bem definido, onde se destacam os dois círculos, semelhantes aos que a marca tinha colocado no P50, mas com um fator mais distintivo que resultam bem no novo acabamento mate em azul mas também no modelo preto, mais reflexivo.

É aqui que estão arrumadas as quatro câmaras fotográficas, com uma lente principal de 50 MP f/1.9 RYYB, uma grande angular de 8 MP, a macro de 2 MP e com distância mínima de foco de 4 cm, e uma lente de profundidade de 2 MP. Tudo ajudado pelo sistema de inteligência artificial e um conjunto de tecnologias que contribuem para fotos e vídeos mais criativos e de maior qualidade, absorvendo mais cor e mais luz em qualquer ambiente, e com a combinação de pixels 4 em 1.

As experiências que fizemos, em foto e vídeo, mostram bons resultados, sobretudo com a câmara frontal, onde o sensor de 32 MP se mostra mais eficiente mesmo nos retratos noturnos e na captação de vídeo, com suporte a 4K. A estabilização de vídeo é feita com o recurso ao sistema de inteligência artificial, mas não sentimos grandes melhorias face a outros modelos anteriores da Huawei.

Para reforçar a utilização das câmaras em situações mais criativas a Huawei acrescentou ao Nova 9 mais funções rápidas, como a gravação de vídeos com as câmaras traseira e frontal em alternância, ou o modo dual view, que divide o ecrã ao meio para mostrar o que se passa de um e de outro lado do ecrã, o que pode ser útil para vlogers.

A ferramenta Petal Clip, que vem pré instalada, é também uma boa ajuda para quem quer editar os vídeos criados no telemóvel de forma rápida, com uma gama interessante de opções que ajudam a um resultado final mais “profissional”.

O ecrã de 6,57 polegadas, FHD+ com uma resolução de 2340x1080 pxls e ajuste dinâmico de taxa de refrescamento de 60 e 120 Hz faz “brilhar” as criações em foto e vídeo, onde a utilização de um maior espetro de cores e HDR 10 contribuem para que os conteúdos ganhem mais vida e cor. A taxa de refrescamento pode ser definida manualmente, mas durante a nossa experiência mantivemos sempre o ajuste dinâmico ativo, com bons resultados e sem esgotar demasiado a bateria.

O carregamento de 66 W e a duração da bateria são também dois dos pontos fortes do Nova 9. A Huawei diz que a tecnologia SuperCharge permite carregar totalmente o smartphone em 38 minutos, uma velocidade que não cronometrámos neste teste, até porque nunca deixámos esgotar totalmente a bateria. Mas verificámos que é rápido e o carregador de 66 W não é um acessório comum nos smartphones, onde algumas marcas até estão a deixar de colocar carregadores dentro das caixas dos novos equipamentos, o que acontece com a Apple e a Samsung.

Android sem Google Services e chipset 4G

O Huawei Nova 9 traz o EMUI 12, a nova versão da skin de Android desenvolvida pela Huawei, mas sem os Google Services que a marca está impedida de utilizar. Isso continua a ser uma desvantagem, mas cada vez menor, porque as opções de aplicações na loja de apps Huawei é cada vez maior e porque também já nos habituámos a contornar a questão, mas poderá ser mais difícil para quem está habituado a usar um equipamento Android com todos os serviços.

A Huawei garante que quando o HarmonyOS estiver disponível os clientes vão ter a possibilidade de escolher se querem migrar para o novo sistema operativo da marca, mas que o roadmap da versão Android do EMUI está definido e não vai parar no tempo. “Vamos continuar a atualizar o EMUI, que estamos a desenvolver e que vamos continuar a evoluir”, explicou fonte da empresa ao SAPO TEK.

Por dentro do Nova 9 está um processador Snapdragon 778G da Qualcomm em vez de um Kirin da Huawei, uma escolha que permite contornar as limitações do embargo norte americano à tecnologia da empresa. Mesmo assim há um pormenor importante, que é o suporte apenas a tecnologia 4G e não ao 5G, que embora ainda não esteja disponível em Portugal deverá chegar a algumas cidades já em 2022. É verdade que o 4G ainda será responsável pela maioria das ligações de dados nos próximos anos, mas numa altura em que já há smartphones 5G a partir de 200 euros esta é uma falha que tem de ser considerada no momento de compra. Em jeito de compensação o Nova 9 tem Wi-Fi 6 Ultra para ligações wireless mais rápidas com routers compatíveis.

Depois de mais de um ano sem lançar nenhum smartphone novo no mercado português o Huawei Nova 9 pode ajudar a marca a ganhar novamente algum peso nas vendas. O preço de 549,99 euros, com oferta dos Free Buds 4 durante a pré-compra, é um bom argumento que pode animar os números no último trimestre.

O Nova 9 chega às lojas a 12 de novembro mas vai estar em pré venda a partir de amanhã, 22 de outubro.

Hoje a Huawei anunciou também o Huawei Nova 8i, que vai custar 350 euros, e novos relógios GT3 e Watch Fit, com novas versões de braceletes.