Os computadores de gaming portáteis continuam em transformação, e as fabricantes procuram mudar o seu design semelhante a um “tijolo” pesado e repleto de LEDs espampanantes para algo mais discreto e agradável para todo o tipo de público. É a procura de concentrar numa única máquina a maioria das necessidades dos utilizadores. Se tem capacidade para puxar pelos jogos mais poderosos do mercado, por que não o tornar mais apelativo aos profissionais que executam trabalhos exigentes, ao nível gráfico ou vídeo?
E por isso a iluminação LED têm vindo a desaparecer dos chassis dos portáteis de gaming, ainda que estes mantenham a sua identidade. No fundo, a ideia é que os profissionais de dia tenham também o que precisam para se tornarem em gamers competitivos durante a noite. E a Lenovo tem vindo a trabalhar nesse sentido. Mantendo a mesma filosofia da linha do ano passado, como o Legion 5i que o SAPO TEK testou, este Legion Slim S7i como o nome indica, procura oferecer um modelo mais leve, e sobretudo, mais fino para o seu segmento.
Claramente mais “fit” que o anterior, mas com um design semelhante, em forma de “dossier”, o novo portátil pesa 1,85 kg, bem menos que os 2,5 kg do Legion 5i. Também tem dimensões inferiores, mas segue a tendência atual de oferecer molduras muito finas, traduzindo-se num generoso ecrã de 15,6 polegadas. E o display passou no teste de abertura fácil com apenas um dedo, mostrando um chassis com peso suficiente e uma dobradiça firme, mas rápido de abrir.
Portátil fino e com atenção aos detalhes
Na altura de comprar um novo portátil, que nunca são baratos, para além das óbvias especificações, os utilizadores devem sentir-se confortáveis com o seu design. Este Legion Slim S7i foi pensado nos utilizadores que precisam de o transportar para uma reunião de trabalho ou para ser usado num projeto de grupo, até porque o ecrã pode ser aberto em 180º para mostrar a imagem aos colegas.
Na parte de fora da tampa podemos ver o logotipo da Lenovo gravado em prateado com relevo, e do outro lado, igualmente salientado no plástico está a marca de gaming Lenovo. Desta vez o “O” da palavra tem um símbolo luminoso em branco, que pulsa levemente, mesmo quando o portátil está em standby. Toda a tampa e chassis foram construídos em materiais plásticos rígidos que parecem bem resistentes, na cor “preto fantasma”.
Tal como o modelo anterior, a Lenovo procurou colocar na sua traseira a maioria dos cabos necessários, incluindo o de energia do seu grande e pesado transformador. Tem ainda dois USB-A voltados para trás, limitando-se a oferecer nas laterais um leitor de cartões SD Card na esquerda com um jack 3,5 para auscultadores; e na direita duas entradas USB-C 3.0 com compatibilidade Thunderbolt 3.
Com a necessidade de tornar o chassis o mais fino possível, a fabricante “empurrou” as ligações externas de ecrãs para um adaptador à parte, fornecido na caixa. Ou seja, ligando o adaptador a uma das portas USB-C terá acesso a saída HDMI e VGA, libertando o computador de entradas que não necessite de imediato. Mas ao mesmo tempo, vai ter de ocupar uma das duas portas USB-C se precisar do HDMI, porque o hub não tem “passthrough”, não devolvendo a mesma saída.
Tal como o modelo anterior, a tampa não tem a sua dobradiça na extremidade do chassis, puxando o ecrã um pouco para a frente. Este sistema ajuda a tampa a esticar-se para trás, mas ao mesmo tempo permite criar uma base para as ligações e a entrada de energia. E, diga-se de passagem, que em termos de design é muito agradável, sobretudo o recorte feito na área das conexões traseiras.
Apesar da moldura fina, a Lenovo inseriu um pequeno orifício na parte superior para a webcam de 720p, protegida com a portinhola manual contra “mirones” online. Já o teclado retroiluminado com LEDs RGB, permite ao utilizador definir os seus padrões de cor, e a forma como piscam, assim como aumentar e diminuir a sua intensidade. Pode simplesmente definir um tom ou desligar por completo a sua iluminação.
As teclas têm um formato chiclete e são espaçosas, confortáveis de escrever pois são rasas e agradáveis ao toque, não requerendo muita pressão para registar os inputs. O cursor está desmarcado do teclado no geral, e inserido numa superfície com relevo. Já o teclado numérico está alinhado com o principal, mas as suas teclas são mais pequenas, o que pode causar transtorno para quem o utilize com frequência.
O d-pad não é muito grande, mas a sua superfície responde muito bem à passagem do dedo, embora os gamers vão sempre querer utilizar um rato externo. Ainda no que diz respeito ao chassis, de notar que as entradas de ar estão colocadas nas laterais e na traseira, totalizando quatro passagens para a sua circulação. As colunas estão alocadas na parte lateral da base, e na parte de baixo, uma grelha ao longo da sua superfície. De notar que os parafusos da parte de baixo do computador são convencionais, pelo que pode ser aberto para trocar componentes como a memória ou armazenamento interno.
Boa performance no gaming, mas liga as turbinas “com violência”
Sendo um computador de gaming, no interior conte com um hardware atualizado e otimizado para os jogos. Na configuração de teste, o computador tem um processador Intel Core i7-10750H de 10ª geração, composto por 6 núcleos e 12 threads. A sua placa gráfica é uma NVidia Geforce RTX 2060 com Max-Q Design e 6 GB de memória GDDR6 dedicada. Tem ainda 16 GB de RAM e 1 TB de armazenamento interno PCIe 3.0 NVMe. E o seu ecrã de 15,6 polegadas tem uma resolução máxima de 1080p, mas debitando 144 Hz.
No papel, as especificações por si já demonstram que permite correr qualquer jogo do mercado sem problema. Tudo depende, claro, da qualidade gráfica que se pretende correr os jogos e o respetivo framerate. Felizmente este Slim 7i não se queixou a correr Horizon: Zero Dawn, um dos títulos mais recentes com maior detalhe no PC. Estranhámos inicialmente o jogo apresentar uma resolução de 720p e com os detalhes no mínimo, mas ao aumentar ao máximo e colocar os detalhes em Ultra, o resultado foi bastante satisfatório. O jogo correu com um framerate aceitável, a cerca 60 FPS estáveis, mesmo em locais mais preenchidos e detalhados, e foi um deleite observar o pormenor das partículas, os remoinhos de vento e pó, que normalmente passam ao lado quando os filtros estão em menores definições.
Não poderíamos deixar de experimentar um dos FPS mais poderosos do mercado, o reboot de DOOM, que neste caso, até “levantou voo”, com todas as definições em Ultra. Profundidade dos cenários, cores definidas e detalhe de todos os pormenores, mantendo-se estupidamente fluído.
Por mais que a tecnologia em torno da refrigeração seja um pilar de todas as fabricantes nos computadores de gaming, o aquecimento das máquinas continua a ser o principal inimigo dos portáteis. É quase contraditório exigirmos os processadores e placas gráficas de topo, mas “amordaçá-los” sem que aqueçam ou façam barulho. E no caso deste modelo, rapidamente vai ouvir, em bom som, as ventoinhas a assoprar, incomodando não só o jogador, como qualquer pessoa que esteja ao lado.
Sabendo disso, o computador tem o modo silencioso, reduzindo praticamente a totalidade do ruído, mas claro, também diminui a performance da máquina. Pode optar pelo modo automático, que vai gerindo as ventoinhas mediante o esforço da máquina.
O problema da refrigeração prende-se ao nível do aquecimento do teclado. Na base de descanso dos pulsos não tem problema, mas nas primeiras fileiras de teclas o calor vai aumentando, embora não seja totalmente um incómodo. E a barra picotada, perto da dobradiça, onde está o botão de energia aquece mais do que o esperado. Aconselhamos a manter o portátil numa secretária com espaço, sem objetos sensíveis no redor, porque quando está a puxar, projeta ar quente para trás e para os lados com alguma intensidade.
E nesta época de calor do verão, nos dias mais quentes, o ambiente geral não ajuda a manter o local fresco, por isso, certamente que se procura manter o computador ligado e em esforço por muito tempo, terá de procurar soluções adicionais externas para manter a máquina o mais silenciosamente possível.
Um aspeto muito interessante é a qualidade de som da máquina, projetado por um bom par de colunas com suporte a Dolby Atmos. Seja a jogar ou a ver uma série, a qualidade é nítida, e não destorce mesmo quando puxado destorcendo um pouco os baixos quando se coloca no máximo, algo que nunca se deve fazer num portátil. De qualquer forma, um gamer utiliza quase sempre uns auscultadores para elevar ainda mais a qualidade do som, ao mesmo tempo que não incomoda ninguém. Até porque pode ser a única solução para cancelar o ruído das ventoinhas quando estão a “bombar”.
Se procura um portátil com uma bateria duradoura, considerando as suas especificações, não é das que duram mais tempo. E este nível é sempre relativo à utilização feita: a jogar talvez um par de horas, como habitual, mas a ver vídeos não terá problema em mantê-lo o dia todo ligado.
A nível geral, e como computador portátil de gaming multifacetado, este Legion Slim 7i tem diversos elementos favoráveis, a nível de qualidade de imagem, performance geral, design atrativo para diferentes tipos de utilizadores. Além de ser mais leve que os habituais computadores de gaming, o que o torna uma boa solução para encontros presenciais de jogo em rede ou manter-se ativo em qualquer local. Gostaríamos que aquecesse menos, ou melhor, que não fosse necessário trocar o silêncio pelo arrefecimento, que é o que acontece com este modelo.
Mas claro que ter uma configuração de topo, um ecrã de 144 Hz com 15,6 polegadas e claro, um design premium, com materiais leves, obriga a um investimento superior ao anterior modelo testado. Em média, esta configuração custa cerca de 1.800 euros. Ainda assim mais barato que outras soluções empresariais, caso esteja a pensar nessa utilização.
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