Para a sua nova geração de computadores portáteis, a Asus adotou um novo posicionamento estratégico, colocando os gamers no centro de todo o ecossistema. Para a empresa do Taiwan, o público demográfico Gen Z, que evolui para o geral, tem o gaming como fator-chave no seu entretenimento, considerando que atualmente já se joga mais do que se vai ao cinema ou se assiste televisão.
Nesse sentido, seja qual for o segmento que a empresa trabalhe, os seus novos computadores terão de funcionar tanto para as tarefas mais exigentes no trabalho, como podem ser utilizadas para jogar os títulos mais poderosos no mercado. A fabricante considera que atualmente não se compram portáteis apenas para trabalhar ou jogar, mas sim soluções globais que permitam fazer (e bem) qualquer uma das tarefas.
Os novos computadores da linha Zephyrus procuram exatamente distanciar-se do estereótipo que a submarca ROG (Republic of Gamers) cunhou ao longo dos anos. A demarcação dos designs agressivos e diferenciadores foi agora substituída por equipamentos com linhas sóbrias, de forma a apelar também ao mercado empresarial. É como se o menino rebelde e poderoso deixasse as suas roupagens radicais, vestisse o fato, e penteadinho fosse à sua primeira reunião de trabalho. Nesse sentido, este G14 é um design completamente novo e não apenas uma atualização de hardware.
O Asus ROG Zephyrus G14 que o SAPO TEK recebeu para teste é a prova de que o poder “não se mede aos palmos”. O portátil serve de amostra às mais recentes tecnologias adotadas pela Asus, considerando as suas características técnicas. Em primeiro lugar porque é um dos primeiros modelos a introduzir o novo chip de 7 nanómetros baseado na arquitetura X86, o Ryzen 9 da série 4000 da AMD. Depois porque já está preparado para ligações sem fio Wi-Fi 6, tecnologia que aos poucos tem chegado às nossas casas.
E por fim, por ser um modelo pequeno e compacto, permite carregamento via USB-C, o que significa que pode recarregá-lo de emergência com um simples power bank. Este sistema permite carregamento até 65W via USB-C, e dependendo da utilização feita, o portátil poderá chegar às 10 horas de funcionamento sem necessidade de carregar. Obviamente que para jogar deverá manter a máquina ligada à corrente, caso contrário a carga será “derretida” num ápice. O adaptador de corrente é de 180 W.
Tampa AnimeMatrix reflete o estado de espírito dos utilizadores
E não menos importante, este modelo tem um design com linhas muito sóbrias e apelativas, com algumas características igualmente diferenciadoras. A sua tampa tem uma vasta área “picotada”, com centenas de pequenos orifícios, que demarcam o seu design sobre a camada “bassa” em branco marfim (existe uma versão alternativa em preto). Mas uma vez “acordada a besta”, os orifícios revelam-se afinal LEDs que se sincronizam com os conteúdos. É o chamado sistema LED AnimeMatrix que permite personalizar a tampa, de modo a refletir o “estado de espírito” do seu próprio utilizador. Infelizmente a versão que recebemos é a normal e não tem este “mimo” visual, mas a Asus garantiu ao SAPO TEK que os modelos que vão chegar a Portugal suportam o sistema AniMe Matrix.
O computador apresenta um chassis criado numa única peça, obtido pela fusão de uma nova liga de magnésio com alumínio, maquinado em CNC. Destaca-se pela quantidade abundante de entradas e saídas de ar, o que ajuda a manter-se arrefecido mesmo durante uma maior carga de processamento. Tem duas grelhas laterais, uma grande na traseira junta às dobradiças com um design muito apelativo, onde foi gravado a marca Zephyrus. E na base do computador tem algumas outras aberturas de circulação de ar.
No entanto, considerando tratar-se de um computador poderoso para carregar para todo o lado, este ROG Zephyrus não é propriamente leve. Pesa 1,6 quilos na sua versão regular, acrescente-se mais 100 gramas de LEDs para a versão AniMe Matrix. Em dimensões, tem 32,4 cm de largura e 22,2 cm de profundidade.
De salientar a abertura da tampa em cerca de 110º, com a sua parte inferior na dobradiça Ergolift, a obrigar a base do portátil a levantar ligeiramente, inclinando o teclado para trabalhar mais confortavelmente, mas ao mesmo tempo criando espaço para maior circulação de ar. E isso é importante porque os sistemas Ergolift da Asus tendem a projetar o ar quente para o ecrã, aspeto que nos pareceu corrigido neste novo design. No entanto, o sistema não impede o computador de aquecer um pouco quando utilizado por algum tempo, sobretudo a jogar.
Estranhamento, e para manter o display com uma área generosa na tampa, diminuindo ao mínimo os bezels, a Asus eliminou a webcam do portátil, o que me parece proibitivo nesta nova realidade onde as teleconferências são uma constante, devido ao teletrabalho e ensino em casa. Terá assim de adquirir uma solução externa e ainda ocupar uma entrada USB para a alimentar.
Mantendo a promessa feita para a nova geração de portáteis, este modelo apresenta uma base totalmente aparafusada com os normais parafusos Phillips. Poderá assim abri-lo facilmente para a substituição de componentes como o SSD ou memórias RAM, sem romper os selos de garantia do equipamento, como a Asus havia incentivado.
Ainda no que diz respeito ao chassis, a base do teclado é um pouco “esquizofrénica”, pois parece pequena, mas tudo está organizado, manifestando muito espaço para trabalhar. O teclado é simples, descartando a conjunto numérico, mas dando espaço suficiente para uma distribuição das teclas com muito bom espaço entre si, tornando a escrita muito agradável e confortável.
As teclas, em formato pastilha elástica, são altas e retroiluminadas, com três níveis de luminosidade que pode regular. No entanto, apenas pode optar pela cor branca, sendo que a habitual configuração RGB não se aplica aqui. O problema de um teclado cinzento claro metalizado, com luzes brancas, é que o contraste nem sempre é suficiente, diminuindo a perceção dos caracteres quando utilizado em ambientes bem iluminados ou dia. Mas é um “mimo” quando precisa de escrever em locais mais escuros, como uma sala apenas iluminada pela televisão. Ainda em relação ao teclado, a barra de Espaço é enorme, em contraste com o Enter que é minúsculo e encostado à extremidade, o que requer habituação par não tocar no Shift, por exemplo.
O painel tátil do rato encontra-se ao centro, numa área de descanso para as mãos que ocupa cerca de um terço da base do chassis. Tem ainda uma coluna de cada lado da base, ao lado do TouchPad, reforçando as duas outras da base, num total de quatro “speakers” assentes na tecnologia Dolby ATMOS.
No que diz respeito à qualidade do som, apesar de um bom par de auscultadores ser um acessório essencial e bastante utilizado, este portátil irá certamente chamar as atenções se o colocar num canto da sala, seja a tocar música no YouTube ou vibrar com os efeitos de explosões de um qualquer jogo de guerra. O som é limpo e cristalino nos graves, mas também “palpitante” nos baixos. Destaque sobretudo por manter-se nítido quando o volume é puxado ao máximo.
O portátil tem alguns atalhos curiosos na sua configuração. Primeiro porque o botão de power alberga o já comum sensor biométrico de impressões digitais, que permite fazer log in automático do Windows 10 depois do arranque com uma única pressão, visto que o sistema tem uma cache temporária que guarda o registo.
Tem também um conjunto de quatro botões, dois para o controlo do volume, um para “mute” do microfone e um com o símbolo da ROG que dá acesso ao Armoury Crate, a dashboard de configuração do sistema. Aqui pode manter um olho à temperatura, performance do CPU, memória RAM e espaço no armazenamento interno, assim como a velocidade das ventoinhas. Neste pode configurar ainda as luzes do Aura-RGB do computador e claro, aceder ao modo turbo para o caso de necessitar de uma melhor otimização para o gaming.
O Touchpad não pretende substituir a precisão de um rato profissional ou de gaming, mas para utilizar em modo portátil funciona bem, é rápido e silencioso. Além disso tem um tamanho generoso para que não perca o posicionamento dos dedos.
A Asus promete que os portáteis que vão chegar a Portugal terão ecrãs Full HD de 120 Hz, apesar da versão de teste enviado ser de 60 Hz, ambos com calibração de cores Pantone. Esta certificação garante uma palete de cores próxima da realidade, fator essencial para artistas profissionais e criadores de conteúdos. No que diz respeito à imagem, a versão de teste oferece uma resolução de 2K, o que permite uma navegação confortável neste ecrã de 14 polegadas. A imagem é nítida e por definição, o contraste permite assistir a conteúdos mesmo não estando em frente ao ecrã, graças à tecnologia IPS.
No interior do Zephyrus
No que diz respeito à conectividade, o ROG Zephyrus G14 apresenta na lateral esquerda uma entrada HDMI, uma USB-C 3.2 e ligação de jack 3,5 mm para auscultadores/microfone. Tem ainda a ligação do transformador ao centro. Do outro lado pode encontrar mais uma porta USB-C 3.2 compatível com DisplayPort 1.4 e duas USB-A 3.2.
Este modelo será lançado no mercado português em quatro versões, relacionado com o processador e a placa gráfica. O equipamento tem como opção os processadores mais poderosos da AMD, o Ryzen 9 4900HS, ou o mais barato Ryzen 7 4800HS. E mediante as suas exigências como gamer, pode optar pela versão do portátil com a GeForce RTX 2060 com 6 GB GDDR6 de VRAM: a placa de nova geração da NVidia capaz de ligar com efeitos de ray tracing nos videojogos, ainda que haja poucos títulos a oferecer; ou uma mais contida, ainda assim excelente, GeForce GTX 1660 Ti também com memória dedicada de 6 GB GDDR6 VRAM.
A versão que o SAPO TEK recebeu para teste é a configuração mais poderosa, com o processador de série 9 e com placa GTX, capaz de extrair todo o potencial de títulos como Red Dead Redemption II, Control (um dos poucos que suporta nativamente ray tracing) e Forza Horizon 4. Certamente que títulos com paisagens vastas e detalhadas como Assassin’s Creed Odyssey e Shadow of the Tomb Raider ganham mais vida com todos os filtros ligados.
Até porque todas as versões do portátil estão equipados com 32 GB de memória DDR4, atualmente ainda “overkill” no que diz respeito ao gaming, mas que será essencial para trabalhos mais exigentes em 3D, por exemplo. E para que tudo “deslize” na perfeição, o portátil conta com um disco SSD M.2 NVMe PCIe 3.0 de 1 TB (pode optar por versões de 512 GB). Não se entusiasme com o espaço, caso queira instalar diversos jogos e aplicações. O melhor é planear a introdução de um disco suplementar para dados.
De um modo geral, o Asus ROG Zephyrus G14 é um portátil compacto e muito poderoso, diria “exageradamente” poderoso para um modelo de 14 polegadas. Tem um design e materiais premium, as melhores especificações do mercado, o que garante uma performance superior seja a jogar ou a executar os trabalhos mais exigentes. O modelo explora mesmo o melhor dos dois mundos, ao ser uma peça atraente para levar para uma reunião de negócios, ou para refletir toda a personalidade gamer em qualquer lugar. Tem uma boa imagem, som de qualidade, capacidade de ligação a redes rápidas e facilidade na alimentação da sua bateria.
Mas não se engane, qualidade de design e especificações elevadas têm grande peso na fatura. O modelo de teste, o Ryzen 9 com RTX 2060 tem preços a começar nos 2.500 euros. Já a versão Ryzen 7 com GTX 1660TI pode adquirir por pelo menos 2.000 euros.
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