por Solange Sobral (*)

Atualmente, a tecnologia já está intrinsecamente ligada ao funcionamento das empresas, o que torna essencial o desenvolvimento de soluções e aplicações digitais – que conhecemos como software. No entanto, o software que as organizações utilizavam há anos – isolado do resto da operação – já não funciona hoje em dia.

Hoje, o software tornou-se uma parte essencial do negócio e, consequentemente, do sucesso das empresas que querem estar bem posicionadas no mundo digital. Neste momento, ele é o produto das empresas, e por isso o ponto central do seu negócio. Como tal, é necessário repensar todo o modelo de gestão das soluções digitais e perceber de que forma este processo tem impacto direto no mercado e nos consumidores.

Quando uma empresa se propõe a criar um produto digital, há um caminho a seguir entre a ideia e o impacto que este pode ter, e tal passa pelo desenvolvimento de software. No contexto digital, para além da conhecida engenharia de software, há outros elementos que entram na equação – especialmente a capacidade de desenvolver e atualizar a estratégia, bem como os métodos de design mais recentes. Para além disso, as características do ambiente digital e as necessidades dos consumidores, que querem estar na vanguarda, acrescentam novos requisitos ao desenvolvimento destas soluções. Por exemplo, a consultora Gartner estima que, até 2023, 80% das organizações de TI terão sofrido uma reestruturação radical para adotar o modelo operacional da gestão de produto.

Quando se trata de gerir produtos digitais, devemos ter em conta três elementos essenciais para que as empresas possam desbloquear todo o seu potencial:

  1. As pessoas em primeiro lugar

As pessoas são, e sempre serão, o principal ativo de qualquer organização – e falamos tanto dos consumidores como dos colaboradores que formam as suas equipas. Assim sendo, é necessário aprender a ouvi-los.

Uma equipa de produto bem-sucedida é aquela que consegue resolver os problemas dos clientes e ajudar a satisfazer as suas necessidades. Para tal, deve focar-se numa série de atividades, que vão desde entender as exigências por cumprir à procura de soluções para as dificuldades dos clientes, bem como um suporte rápido, viável e que aporte valor. Por outras palavras, é fundamental colocar sempre o cliente no centro da operação e das decisões.

Para além disso, a colaboração interna entre equipas deve ser constante – a equipa de produto deve estar integrada com as outras equipas da empresa, com o objetivo de resolver rapidamente os problemas do cliente, oferecendo serviços de confiança, acessíveis e abrangentes. É esta colaboração que vai fazer a diferença.

  1. Aprendizagem contínua e experimentação em ciclos curtos

Todos os desafios de uma gestão de produto eficiente requerem respostas rápidas – sobretudo considerando o contexto tão célere e dinâmico desta era digital em que vivemos. Assim, é importante que toda a organização adote uma mentalidade de aprendizagem contínua e de conseguir impacto de negócios em ciclos curtos. Esta ideia é reforçada por ferramentas como Lean Digital, Agile Thinking e outras, que pressupõem a capacidade de gerar ciclos rápidos de experimentação com aprendizagem constante e impacto. Por outro lado, um ambiente que fomente a capacitação é também essencial para que equipas diversas e multidisciplinares possam colaborar entre si com rapidez.

  1. Impacto e repetição impulsionados pela utilização de dados

Operacionalizar um desafio digital é ainda mais eficiente quando impulsionado pela utilização intensiva de informação e de dados. Avaliar o impacto e os elementos de valor da entrega do produto ao cliente, recorrendo a ferramentas como ciência dos dados e business intelligence; obter feedback contínuo do cliente; e testar análises e construir um funil de otimização, são passos essenciais para medir o impacto e aprender continuamente. Esta estrutura deve também considerar a repetição do processo de qualificação e a melhoria contínua.

É esta combinação de estratégia, design centrado no cliente e domínio técnico intensivo de dados que vai permitir gerar um verdadeiro impacto nas pessoas.

Em suma, estes três pilares, quando bem estruturados, tornam-se fulcrais para que qualquer organização consiga criar um elevado impacto e competitividade no mundo digital. As empresas que operam com uma mentalidade de produto têm, por norma, resultados mais significativos, e assim é fundamental garantir que o produto certo é concebido da forma certa para proporcionar uma experiência de consumo atrativa e escalável. Para além disso, a autonomia, colaboração e experimentação são outras partes fundamentais da operacionalização deste modelo, assim como uma liderança inspiradora, que é também imprescindível para o sucesso.

(*) EVP Partner of Operations, CI&T

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