Por Juan Carlos Moro (*)

O futuro está ao virar da esquina e a automatização dos recursos humanos veio para ficar. Consigo trouxe uma certeza: as pessoas são e serão sempre insubstituíveis. A digitalização do local de trabalho é incontornável. As tarefas repetitivas serão, num futuro bastante próximo, desempenhadas por máquinas e até robôs.

Esta é uma estratégia em que as empresas estão já a apostar para dinamizar e adaptar os locais de trabalho para o futuro, levando-os a acompanhar a evolução tecnológica, e também para posicionar os recursos humanos como um condutor do sucesso da empresa.

Dou um exemplo concreto, a automatização de processos fará a empresa ser mais rápida e produtiva. Ao automatizar certas tarefas que atualmente são manuais, a empresa consegue ganhar tempo valioso para aplicar em outros processos, nos quais a intervenção humana é imprescindível. Com a implementação e desenvolvimento desta medida, o resultado é quase imediato: a empresa consegue uma maior produtividade num menor espaço de tempo.

Por outro lado, a automatização pode também ser aplicada à área de informação e dados. Se toda a equipa de recursos humanos tiver acesso facilitado à informação porque esta está concentrada apenas num sítio e devidamente classificada, o processo de trabalho é, obviamente, bastante mais rápido e eficaz.

Esta medida permite igualmente detetar, de forma mais rápida, eventuais situações que atrasem o processo de trabalho, criando um fluxo mais eficaz. A força humana será sempre crucial, uma vez que as tecnologias de última geração não são detentoras da chamada “inteligência emocional”, essencial para avaliação destas potenciais situações de atraso e, ainda menos, capazes de as solucionar.

Com a evolução da tecnologia, a automatização permite não só obter mais informação, como também identificar padrões nos dados obtidos. Mas serão sempre as pessoas a avaliar essa informação e a encontrar a melhor forma de a gerir, com o objetivo de uma maior produtividade.

A automatização vai permitir uma uniformização de alguns processos, mas serão as pessoas que, através da sua capacidade analítica e “inteligência emocional”, vão acrescentar valor ao produto ou serviço da empresa. Com a mesma informação, dois sistemas tecnológicos autónomos vão produzir exatamente o mesmo resultado; mas se entregarmos a mesma informação a duas pessoas diferentes, os resultados serão já completamente distintos.

O ambiente de trabalho do futuro contará, sem dúvida alguma, com muita tecnologia integrada, mas no sentido de otimizar as tarefas e agilizar processos. Acredito por isso, com convicção, que os seres humanos e as “máquinas” constituem a força de trabalho do futuro.

(*) Diretor Geral da DB Schenker Iberia