
Por Hélder Lopes (*)
Hoje (25 de julho) assinala-se o Dia do Administrador de Sistemas (SysAdmin) e, se até há pouco mais de 10 anos, este profissional era sinónimo de um ‘técnico da cave’ que apenas resolvia questões de rede, formatava computadores ou reiniciava servidores, nos nossos dias essa ideia está completamente desatualizada.
Estes colaboradores já não se limitam a fornecer apoio informático, pois o seu papel evolui muito. Na verdade, enquanto estrategas de Tecnologias de Informação (TI), eles são peças centrais nas decisões que definem o futuro da infraestrutura de uma organização de qualquer área.
Em rigor, num mundo cada vez mais digital, interconectado e dependente de sistemas distribuídos, cloud computing, cibersegurança e automação, estes peritos deixaram de ser apenas um executor, tornando-se num agente de planeamento e de transformação.
SysAdmin: de guardião da infraestrutura a arquiteto do futuro
Mas, afinal de contas, o que faz na prática um SysAdmin? Presentemente, tem a seu cargo várias tarefas, tais como: estabelecer políticas de proteção e compliance e desenhar estratégias de redundância, continuidade de negócio e disaster recovery (plano que garante acesso a todos os conteúdos em caso de evento disruptivo).
Além disso, atua como consultor interno — explicando riscos e oportunidades aos líderes — participa em deliberações sobre migração para a cloud (Azure, AWS, GCP) e automatiza processos com ferramentas de administração de sistemas, automação e programação como Ansible, PowerShell, Bash ou Python.
Apesar da evolução natural desta profissão, é importante referir uma questão que faz toda a diferença na forma como percepcionamos este trabalho. A atribuição das múltiplas funções referidas depende sempre da dimensão e das necessidades efetivas de cada entidade.
Dedicated vs Poli: dois perfis, uma visão comum
Nas grandes empresas, por norma, verifica-se a presença de especialistas — os chamados Dedicated SysAdmin —, os quais estão focados em active directory (gestão e autenticação de users, computadores e recursos), virtualização, redes ou segurança. Embora utilizem poucas ferramentas, no quotidiano estes experts têm uma enorme responsabilidade no que realizam.
Por sua vez, nas PME, de modo geral, o SysAdmin é polivalente (PoliSysAdmin), um verdadeiro canivete-suíço, um faz-tudo: suporte, servidores, redes, cloud, backups, cibersegurança, formação e até procurement de material informático. A sua mais-valia reside na capacidade de adaptação e em possuir uma percepção global do panorama.
No entanto, ambos os perfis, convergem num ponto: já não são se ‘resumem’ à execução de atividades, eles tomam decisões. E esta metamorfose deve-se, em parte, à crescente complexidade dos ambientes de TI. Já não basta saber configurar uma máquina; é preciso saber quando usar determinada tecnologia, porquê e qual o impacto no negócio.
Administrador de Sistemas: da sala escura a agente de mudança
O novo SysAdmin acompanha tendências de mercado e inovações do setor, colabora com equipas (de DevOps, Cloud e Segurança) e participa na transformação digital da organização. Além disso, contribui para a criação da estratégia de TI — propondo soluções escaláveis, seguras e eficientes — e fala a linguagem do negócio, sendo ponte entre o departamento de informática e os gestores.
Em suma, o Administrador de Sistemas já não é apenas o tal indivíduo da sala escura lá do fundo que os colaboradores de uma entidade solicitam para tratar dos problemas dos seus equipamentos. Ele tornou-se num agente de mudança. A sua missão já não fica confinada aos bastidores; ela começa na mesa das decisões e torna-se operacional.
E quanto mais cedo os organismos perceberem que o paradigma neste ramo foi alterado drasticamente, mais preparados estarão para enfrentar os desafios do amanhã do digital, os quais estão em mutação permanente. Assim, de ‘simples’ técnico a estratega principal, o SysAdmin do século XXI é, sem dúvida, um dos maiores pilares da (re)evolução tecnológica a que todos os dias assistimos.
(*) IT Support na Integer Consulting
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