Entre abril e junho, os portugueses falaram menos ao telemóvel. O tráfego de voz móvel caiu 3,9% nas contas da Anacom, face a igual período do ano passado. Por dia, cada português falou ao telemóvel cerca de 7 minutos, menos 4,8% que há um ano. A duração média das chamadas também caiu ligeiramente (5 segundos), para 2 minutos e 47 segundos por chamada.

Os mesmos dados mostram que quase um quinto dos portugueses com telemóvel continuam a usá-lo apenas para serviços de voz (19,9%). Outros 5,1% só usam serviços móveis de dados através do PC, tablet ou router, mas a grande maioria (75%) usam serviços de voz e de internet e preferem cada vez mais os dados à voz.

Entre abril e junho, o número de utilizadores de internet no telemóvel em Portugal cresceu 2,1%, em sentido contrário à redução de 16,7% no número de utilizadores do serviço de acesso à Internet através de PC/tablet/pen/router.

Neste período, o tráfego de acesso à Internet em banda larga móvel cresceu 34,4%, não só porque há mais gente a utilizar o serviço, mas sobretudo porque a intensidade de utilização continua a aumentar. O tráfego médio mensal por utilizador aumentou 33,6%, na comparação com os números de 2024, para 15,7 GB. Quem acede através de PC/tablet/pen/router consome um pouco mais: em média 33,2 GB (+9,3%).

A mesma tendência estende-se ao roaming. O tráfego de voz em roaming in e roaming out diminuíram, respetivamente em 25,3% e 25,9%, enquanto o tráfego de internet em roaming cresceu 34,6% (no caso do roaming in) e 39% (no caso do roaming out).

5G com 4,6 milhões de utilizadores

A utilização do 5G continua também a crescer e a contribuir para que o volume de dados gerados em redes móveis seja cada vez maior. No final de junho, o 5G chegava a 36,2% dos utilizadores de serviços móveis e a 42,9% dos utilizadores de Internet móvel.

“O número de utilizadores de Internet móvel através de 5G totalizou 4,6 milhões (58,6% face ao 2.º trimestre de 2024)”, revela a Anacom, acrescentando que 98,8% destes utilizadores tiram partido do serviço em telemóveis.

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O tráfego móvel gerado a partir de redes 5G terá já representado cerca de 22,3% do total de tráfego de dados móveis, com cada utilizador a gastar cerca de 8,1 GB por mês.

No final de junho, a penetração do serviço móvel em Portugal foi de 169,9 por 100 habitantes, com 13,5 milhões de cartões ativos. Considerando apenas os acessos móveis com utilização efetiva (excluindo M2M e cartões associados a PC, tablets, routers), desce para 119,4.

Diminuiu em 105 mil, o número de assinantes que usaram efetivamente serviços móveis, menos 0,8% que em igual trimestre de 2024. A mesma comparação revela ainda uma diminuição de 17,8% no número de planos pré-pagos, que em junho representavam 23,3% do total de acessos efetivamente utilizados. Por outro lado, a adesão a planos pós-pagos e híbridos aumentou 5,9% no período analisado.

MEO lidera em clientes e NOS em tráfego de dados

Por operadores, a liderança do mercado continua a ser da MEO, com 36% dos acessos móveis ativos com utilização efetiva, seguida da NOS (31,0%) e da Vodafone (27,7%). O grupo DIGI/NOWO tinha uma quota de 3,1% e a Lycamobile de 2,1%.

A ordem dos operadores mantém-se nos serviços de acesso à Internet em banda móvel. Só em termos de quota de tráfego de Internet em banda larga móvel é que as posições se alteram, com a NOS a passar para a liderança (35,9%), seguida da Vodafone (31,6%), da MEO (27,9%), do Grupo DIGI / NOWO (3,2%) e da Lycamobile (1,3%).

O relatório trimestral da Anacom mostra ainda que no final do segundo trimestre existiam no país 1,3 milhões de acessos móveis ativos afetos a serviços M2M (numeração 9x), mais 3,9% do que há um ano. Existiam ainda 3,8 milhões de números móveis portados, 247,8 mil números foram portados entre abril e junho, mais 79% que nos mesmos três meses de 2024.