A China Unicom junta-se à lista de empresas chinesas proibidas de operar nos Estados Unidos. A medida foi votada por unanimidade na Federal Communications Commission (FCC), que identificou a empresa como uma ameaça séria à segurança nacional. A consequência foi o veto da autorização para operar no país, uma ordem que a operadora de telecomunicações chinesa deve cumprir em 60 dias.

“Há provas crescentes - e com elas, uma preocupação crescente - de que os operadores estatais chineses representam uma ameaça real à segurança das nossas redes de telecomunicações", comentou a presidente do regulador, Jessica Rosenworcel.

Recorde-se que em outubro do ano passado os Estados Unidos impuseram o mesmo tipo de bloqueio à China Telecom, alegando que pelo facto de a empresa ser controlada pelo Estado chinês este podia ter acesso às redes da empresa e usá-las para atos de espionagem, ou outras atividades lesivas para os Estados Unidos. Em 2019, os EUA tinham também já banido as atividades da China Mobile no país.

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Um mês depois de banir a China Telecom de atividades no país, o Presidente Biden assinou também um despacho para que as empresas consideradas uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos não possam licenciar novos equipamentos de telecomunicações. A legislação em causa é o Secure Equipment Act, que afeta também a Huawei, ZTE e outros operadores chineses, que viram assim os seus equipamentos deixarem de poder ser utilizados nas redes de telecomunicações norte-americanas.

Os Estados Unidos alegam que sobre todas estas empresas há indícios fortes de colaboração com o Partido Comunista chinês em atividades que representam uma ameaça para a segurança dos Estados Unidos. Foi também isto que motivou, já em abril de 2021, a inclusão de vários centros de supercomputação chineses na "lista negra" de empresas dos EUA.

Em declarações à BBC, a China Unicom garante que tem “um bom histórico de cumprimento das leis e regulamentos relevantes dos EUA e de prestação de serviços e soluções de telecomunicações, como parceiro fiável dos seus clientes nas últimas duas décadas”.