De acordo com o mais recente edição do relatório “State of Digital Communications” da Connect Europe, estima-se que em 2024 a cobertura de redes Gigabit na Europa tenha alcançado a marca dos 82,5%. Por comparação, países como China (99%), Coreia do Sul (97,6%) e Japão (93,9%) contam com coberturas acima dos 90%.
Regista-se algum progresso em matéria de redes de fibra ótica (FTTH), com a cobertura a rondar os 70,5%, um valor que coloca a Europa acima da Coreia do Sul (67,4%) e dos Estados Unidos (54,8%).
Apesar disso, estimativas apontam que cerca de 45,4 milhões de europeus ainda não terão acesso a conectividade gigabit fixa em 2030, ficando aquém das metas da Década Digital. Para alcançar uma cobertura de 99% até 2030 seria necessário um investimento adicional de 109 mil milhões só em FTTH, indica o relatório.
Pela primeira vez em mais de uma década, o investimento total das operadoras de telecomunicações na Europa desceu 2% em 2023, para 57,9 mil milhões. Em 2022, o investimento total situava-se nos 59,1 mil milhões de euros.
Conectividade: Um ecossistema de um bilião de euros
O relatório avança que, em 2023, o ecossistema de conectividade europeu valia cerca de 1 bilião de euros, contribuindo para 4,7% do PIB da Europa e empregando mais de um milhão de pessoas. Para lá do seu impacto económico, o setor da conectividade é também visto como crucial para o crescimento das sociedades na Europa, assim como para a sustentabilidade, segurança e resiliência.
A tecnologia traz grandes mudanças à forma como o ecossistema opera, o que traz novas oportunidades, mas também riscos para o controlo da cadeia de valor. Embora a Europa tenha feito progresso em áreas críticas, ainda existem atrasos relativamente a outros players globais.
Exemplo disso é a implementação da tecnologia 5G Standalone que, no final de 2024, chegava a uma cobertura de 40% da população. Por comparação, a cobertura desta tecnologia na América do Norte rondava os 91%.
A Europa também tem avançado no que respeita à tecnologia Open RAN, com 16 testes e implementações comerciais em 2024. Apesar de ultrapassar os Estados Unidos, que durante esse ano realizaram 10 testes e implementações comerciais, o “velho continente” continua a ficar atrás da Ásia, que realizou 24.
O setor das telecomunicações tem vindo a enfrentar desafios financeiros e estruturais crescentes, que podem colocar em causa a sua capacidade para permanecer competitivo no panorama global. Ainda em 2023, as receitas das operadoras europeias diminuíram 4,4%.
Aos desafios da pressão financeira junta-se a fragmentação do mercado. Em 2024, a Europa tinha 41 grandes operadoras móveis (com mais de 500.000 assinantes). Nos Estados Unidos existiam apenas 5, e, na China e Japão, 4. A falta de consolidação no mercado prejudica o crescimento, assim como a competitividade, criando obstáculos adicionais para o setor.
À medida que a Europa enfrenta um momento decisivo, o relatório realça que é necessária uma ação imediata para assegurar o crescimento da cadeia de valor da conectividade e para aproveitar novas oportunidades, garantindo a liderança tecnológica europeia no futuro digital.
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