O mercado de emprego nas Tecnologias de Informação continua estagnado em Portugal este ano, em termos salariais, depois de um crescimento assinalável (36,5%) dos valores médios pagos em 2022, logo a seguir à pandemia e muito impulsionados pelos recrutamentos a partir de outros países e da vinda de mais multinacionais para Portugal.
No ano passado a crise e a inflação levaram o mercado a fazer uma correção e este ano essa tendência continua a verificar-se: a média salarial no sector avançou uns tímidos 0,4%, embora no último ano quase 60% dos profissionais do sector em Portugal tenham conseguido aumentos. Os maiores aumentos foram para os Team Leaders técnicos, engenheiros de DevOps e programadores back-end. As empresas que mais subiram salários foram as de serviços de TI, revela a edição deste ano do Global Tech Talent Trends Report da Landing.jobs, patricionado pela Sixt.
Os profissionais que trabalham na região de Lisboa continuam a ser os mais bem pagos, com um salário anual a rondar os 50 mil euros. A diferença salarial entre géneros agravou-se e fica agora, em média, nos 36%. A diferença salarial entre trabalhar para uma empresa em Portugal e fora também continua a ser enorme. O salário médio de um português a trabalhar para uma empresa no país ou no estrangeiro tem uma diferença média de 50%, ainda assim menos que no ano passado.
O estudo da Landing.jobs, especialista em recrutamento para o sector, mostra igualmente que diminuiu o número de profissionais a trabalhar em regime híbrido (menos 6,9%) e consequentemente aumentou o número de contratos em modo só remoto (3,5%) ou só presencial (3%).
Contas feitas, em 46% dos casos os profissionais de TI trabalham agora de forma totalmente remota e quase a mesma percentagem (45%) trabalham em modelos híbridos. Só 9% trabalham a tempo integral nos escritórios das empresas.
O que também desceu foi a percentagem de profissionais a trabalharem remotamente a partir de Portugal para empresas fora do país. Em 2023, eram 22,6% e este ano apenas 16%. Quem trabalha nestas condições prefere empresas britânicas. Fora da Europa, o maior destaque vai para os Estados Unidos. Um quarto dos profissionais que trabalham para fora destacam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional como principal vantagem, logo seguida do salário.
O talento internacional a trabalhar em Portugal passou a representar 15,7% do total. Há um ano, os profissionais estrangeiros representavam 10,6% do mercado. Os profissionais que vêm da América do Sul são a fatia mais representativa de estrangeiros a trabalhar em Portugal (11,3%), seguem-se europeus e africanos.
Mais de dois quintos do talento TI está em Lisboa, um quarto está no Porto. Nas ilhas estão já mais de 3% dos profissionais que trabalham no mercado de TI em Portugal. É aqui nas ilhas que as mulheres têm uma representatividade maior no sector, geograficamente falando. São 4,1% dos profissionais no ativo. Em termos nacionais representam menos de 20%.
A distribuição dos profissionais de TI por tipo de empresa pouco se alterou no último ano. As grandes empresas continuam a absorver cerca de metade do talento. Diminuiu o número de profissionais a trabalharem para startups e scaleups e também para empresas de serviços TI em outsourcing e aumentou em grandes empresas.
O estudo da Landing.jobs conta com as respostas de 5.300 participantes de 127 países. É apresentado esta tarde em Lisboa num evento que conta com vários oradores e que junta talento e espcialistas do sector.
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